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sábado, 21 de dezembro de 2013

Sem fofuras natalinas...

Esse ano eu não vou ser fofa (ahhhh como se eu fosse muito) de mandar mensagem de Feliz Natal pra galera.  Acho fofo, simpático, etc, mas é meio saco porque vou acabar esquecendo alguém, ou não tem whatsapp, ou a Vivo não funciona ou até talvez eu nem esteja afim de fazer kkkk. Minha cara isso "I don't care, I love it" =) Fofo aqui nesse post só o cachorro, e olha que eu nem curto cachorro, mas esse assim quietinho, parece até de mentira, e assim tudo bem!

Então assim, para quem por um acaso chegou por aqui e leu esse post eu desejo um Feliz Natal no significado do Natal. E espero que 2014 seja muito melhor que 2013!!

Pra mim acho que isso vai ser fácil, aninho difícil esse...
É muito ruim quando a gente tem que aprender as coisas por meio do sofrimento. Tipo esse papo de que tem que perder pra dar valor, tem que sofrer, etc... Não gosto desse papo porque eu sei dar valor pras coisas. Eu juro que valorizo meu banho quentinho, a comida gostosa, minha casa, minha família...

2013 foi ano de ver a superação do meu avô na sua recuperação e a persistência em continuar vivo, e a força física de alguém que se alimenta por sonda há meses. E o carinho de quem não lembra de tudo e talvez nem saiba o que aconteceu com ele... E da minha avó que é a pessoa mais companheira que eu conheço.

Também foi o ano que eu me afastei do meu lado social pra ficar com esses senhores que mencionei. E foi também o ano que se afastaram de mim, talvez por esse motivo (?).
Pode ser... Nem é preciso dizer quem é mais importante na minha vida, mas dá pra saber que quem ficou e quem apoiou é porque efetivamente gosta de mim, os demais, bom são os demais e talvez nem venha ao caso citar por aqui.

Dia a dia difícil... Academia de lado... Amigos de lado... Família de perto e stress a flor da pele. Esse foi meu 2013 que graças a Deus está terminando. Aliás obrigada pelo fim dos anos, ao menos a sensação de esperança aumenta muito.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Que vergonha...

Outro dia eu fiquei sabendo que existem apartamentos em São Paulo cujos condomínios custam R$ 9 mil e aluguel coisa em torno de R$ 70 mil. Eu falei SE-TEN-TA mil reais por mês de aluguel. E aí se tem alguém que pede esse valor é porque tem alguém que paga esse valor... E começaram então meus devaneios pra tentar entender isso tudo, se é que é possível....

Quem tem um custinho fixo em torno de R$ 80 mil por mês ganha quanto líquido? Quem valoriza, no sentido de poder pagar, essa grana tem quanto de dinheiro? Tem que tipo de pensamento? Cara, quem paga R$ 9 mil de condomínio? Juro que eu prefiro não conseguir dar nomes aos bois! Prefiro não saber certas coisas que estão tão longe da minha realidade que eu sequer consigo pensar....

Bom mas quem paga essa grana? Ah, tem quem diga que isso é coisa de empresa né, que paga pros altos executivos... Manoooo, na boa, qualquer empresa em época de orçamento é uma guerra pra definir o número de pessoas. Sempre querendo reduzir, qualquer UMA pessoa faz uma P diferença. Pra conseguir uma pessoa junior, ou seja, não tão bem remunerada, já é difícil, tem que explicar, como a tal pessoa agrega valor... E peraí, como uma pessoa jurídica paga R$ 80 mil por mês pra uma outra única pessoa morar com sua família num bairro nobre....

No fundo a pergunta não é quem paga por isso... Mas porque uma pessoa pode ser tão valorizada enquanto outras (muitas outras) são tão largadas pela sociedade? Que vergonha que eu tenho disso! Tenho vergonha de saber que o condomínio do apto que eu moro é um valor próximo ao do salário mínimo, e portanto algo em torno do salário dos funcionários do prédio... Tenho vergonha de pensar que pago por um "serviço" de condomínio o valor do salário de alguém, agora me diz, será que o porteiro desses prédios chiques ganham uns R$ 10 mil por mês? Se sim aí eu acho justo. Se não, o que é muito provável, é mais um tapa na cara da grande maioria da sociedade desse país...

No fim das contas tanto faz - filosoficamente falando - se o condomínio é R$ 500 ou R$ 10.000, o que importa é essa distância absurda entre o "valor" dado pra cada um. Sei lá, as vezes fico pensando que não tem jeito. Eu preferia ganhar menos pra que todo mundo ganhasse de forma mais equilibrada e as coisas fossem decentes... Mas eu acho que não tem mais jeito no Brasil, os valores estão totalmente invertidos...

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

No ar de novo!

Tipo assim, estou feliz porque meu blog voltou!

Parecia tão simples ter um blog até outro dia... Eu escrevia, postava... O tempo do domínio expirava e era debitado automaticamente do meu cartão de crédito até que por algum problema da vida o cartão foi cancelado. Esqueci de mudar no site... Aí começou o perrengue... Mas tudo bem porque quem tem amigos tem tudo! E quem tem amigos que entendem de tecnologia tem muita sorte também! No caso euzinha tenho o Flaviz que foi um santo e me ajudou nisso!

Obrigada Fla!

Ia postar uma foto aqui mas sabe como é, né?! Por uma questão de privacidade do amigo resolvi desencanar... =)

Ps: agora é .com.br

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

"O essencial é invisível aos olhos" - Pequeno Príncipe

Minha cabeça até tenta parar de pensar mas não dá....
Santos - do google images
Fico sempre tentando achar o sentido pra um monte de coisas que acontecem na vida, desde a relação com a família até o dia a dia frenético, e sobre o último... Ah o ritmo frenético.... Geralmente porque estamos atrás de "ganhar a vida"... Só que eu fico pensando que vida é essa que a gente ganha....

Ontem eu vi aquele vídeo "A gente se acostuma" e apesar de já conhecer eu assisto e sempre sinto que me agrido. Porque no fundo eu acostumei a ter uma vida que não tem efetivamente a minha cara, e realizar, entender e sentir isso é muito difícil.

A sensação que dá é que estou, ou estamos, porque eu acho mesmo que tem muita gente na mesma posição, correndo atrás do rabo. O vídeo até menciona isso. A gente acha que precisa de mais, e por isso trabalha mais, pra gastar mais com coisa que não precisamos efetivamente... E ai eu pergunto, dinheiro pra que?!

Eu conheço muita gente que quer dinheiro pra ter um carro zero, pra morar numa casona, pra ter casa na praia e no campo, pra jantar nos melhores restaurantes e ter uma bolsa cara....
Ah, o dinheiro... Eu também queria ter muito dinheiro e seria pra comprar a minha liberdade. Pra eu poder pegar meu carro usado, e descer pra praia num dia lindo de sol ao invés de gastar mais de 1 hora pra andar 2km, como aconteceu hoje.

Queria que o dinheiro pudesse comprar a saúde dos que eu amo. Queria poder no momento daquele AVC levar o meu avô pro melhor hospital do país, do mundo, do universo pra ter o vovô Lauro comigo como ele sempre foi, pra ouvir Lauro e Faustina cantando juntos Parabéns na primeira ligação do dia 05 de outubro.

Queria poder comprar uma passagem pra qualquer lugar do mundo pra ver coisas diferentes e sentir como as pessoas são as mesmas em qualquer lugar e como somos pequenos nesse mundão.

E também queria encontrar meus amigos, minha amiga Márrrcia que me entenderia como ninguém nesse momento e que está fora do país. E pegar a ponte área a qualquer preço e encontrar a Marina que é uma paz e me faz um bem!

Queria poder comer uma comida do Alex Atala e poder ter o gostinho de achar que a comida da minha mãe é tão boa quanto. E não pensar que os orgânicos são mais caros.

Queria poder fazer única e exclusivamente aquilo que estou de acordo, aquilo que acredito, aquilo que não me corrompe nem por um segundo. Sem risadinhas esperadas, sem palavrinhas fofas, apenas o que eu penso e concordo.

Queria poder ter comprado uma vaga extra pra esse apê que moro, só pra poder um dia pensar em ter de novo um carro 'meu' e não 'nosso'. Queria ter a opção, sabe?

Queria não ter que pensar no preço que custa a fórmula do meu ortomolecular que parece fazer o tempo parar e por n conseqüências me faz de alguma forma uma pessoa mais feliz.

Eu queria poder ter uma empresa com todos os amigos que fiz durante a minha carreira, e quem sabe poder ter aquilo que as pessoas dizem e que eu morro de inveja "quando você faz o que ama nunca trabalha", acredito que amigos por perto mudam a vida.

Queria poder falar pra minha mãe "se aposenta, vai ser feliz"!

Queria dinheiro pra poder comprar um pouquinho de natureza pra mim aqui em São Paulo, pra eu poder tomar um sol e não ouvir da minha médica que preciso de Vitamina D (!!!). Meu pai deve estar se revirando no túmulo de saber que a filha dele com potencial indígena precisa tomar Vitamina D em gotas antes de dormir. O que é isso? Isso é sinal de falta de vida...

Isso é sinal de que eu me acostumei com essa vida. Comprar aquela DePura me fez mal, e me faz mal todas as noites as 5 gotinhas que eu pingo na língua porque eu sei que não sou eu. É só o que eu me transformei depois de tanto me acostumar... Depois de tanta tolerância, de tanta paciência... Nem preciso me pergunta se que isso faz bem...

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Emagrecer é...


Truta do América

O sonho mais antigo e o pedido de todas as minhas listas de ano novo.

Drama?! Certeza que muitos pensam isso, ou me acham uma neurótica, mas no caso de alguém que nunca foi magrela e sempre brigou com a balança, é muito um sonho mesmo. Sabe quando a maioria das pessoas diz: "nossa aos 15 anos eu era tão magra"? Pois é, eu não. Meu auge de magreza foi no ano retrasado, uns 4kg menos do que hoje, e ainda assim fazendo esporte bem e comendo pouco, sem beber, enfim..

Quando se tem uma família como a minha então... É O assunto! Sempre! Desde que me conheço por gente tenho imagens da minha mãe fazendo Vigilantes do Peso. Lembro como se fosse hoje as porções e aquela balancinha branca com azul. Daí pra frente todas as variações, e até membro do Vigilantes eu fui. Aí é pra parar e pensar, "ok quem faz regime emagrece, e quem emagrece não precisa ficar fazendo regime a vida inteira"... É pois é.... Não é bem o caso.
Curry de legumes

Voltando a minha família gigantesca... As mulheres todas, tipo pelo menos 90% só fala de receita ou de regime. Da última vez que vi o povo lá de longe o assunto era que eu estava "magra", pois é, a imagem da adolescente gordinha ficou na cabeça do povo. Descendentes de um tudo, espanhol, italiano, brasileiros... A sensação que eu tenho é de que todo mundo passou fome em algum momento da vida. Não consigo considerar normal o tanto de comida que a minha família sempre tem a disposição. E o lance de gostar de comer meu Deus do céu! Sim, eu tenho prazer ao comer, sou dessas que adora comer um espaguete e sentir todos os fiozinhos cortando na minha boca. E por favor, não corte uma massa na minha frente, me faz um mal.

Do luxo ao lixo eu adoro comer. Passei um período sem nada de carne, assim como já tive períodos de besteirol total. A pessoa aqui agora está na fase luxo, totalmente por necessidade e neurose, mas que fique claro que não sou eu quem disse que tenho que emagrecer, ou melhor, não só eu... Dessa vez uma nutricionista me disse, de novo! Ops... Sim, de novo...

Chá sem cafeína
Sou dessas que emagrece um pouco, não a ponto de chegar na meta, e ganha confiança, e ai já viu, degringola tudo. Antes que alguém me mate eu não sou gorda. Tenho que emagrecer uns 3kg de gordura na média, eu sei que parece um drama, mas é verdade tudo isso que to falando, e considerando que a pessoa aqui mede 1,57m tudo toma proporções maiores, não?! Então lá vou eu pro trabalho com o meu kit lanches do dia, e de repente fico mega feliz comendo um tomate cereja, mas tem que deixar ele explodir na boca. Juro que eu adoro! Coisa de gente tantan... E obvio que não sou louca ao ponto de preferir tomate a chocolate, mas é a vida.

Então assim, a pessoa aqui que ama comer, que curte bem cozinhar e que tem receitas maravilhosas de família está fazendo dieta, sem carbo a noite - orientado por uma nutricionista e não pela minha cabeça - e estou aqui escrevendo isso enquanto assisto "Que marravilha"... E corro na esteira assistindo programas de culinária, hehehehe, até eu me divirto comigo. E me identifico super quando vejo a Nigela comendo feliz e com fartura tudo que ela mesma cozinhou... Ó meu Deus....

Whey, leite, chia, aveia e morango
Era pra ser um post sobre o que emagrecer significa pra mim mas acho que acabei entendendo o que a comida significa pra mim... Frase final perfeita pra levantar e pegar um chocolate, masssss, não muito obrigada! Eu amo comer, mas eu também amo estar bem nas minhas roupas. E também amo estar saudável, e me sentir leve. Então tá... Um período de dieta, e espero que dessa vez sem muita confiança, pra pelo menos aos finais de semana eu poder me jogar na comilança que eu adoro, e que na verdade sou eu!

Ah, essas fotos são de refeições desses dias de dieta. Força na peruca!!!
sopa de abobrinha

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Obrigada Bezerra de Menezes

Tentando reproduzir o que ouvi há poucos minutos na Seara Bendita na palestra do C. O palestrante falava sobre Bezerra de Menezes, foi aniversário dele ontem, e entre alguns pedaços da vida dele o palestrante contou que em algum momento o Bezerra de Menezes recebeu um convite de Maria para mudar de plano espiritual, evoluir. Bezerra de Menezes, ficou feliz! Pensou nossa, que legal ir pra um plano mais elevado, onde não há guerras, não há tantas brigas, terei um mundo melhor. Parou... Refletiu... E pediu pra agradecer Maria. Ele disse que ainda tinha muita coisa pra fazer nesse plano, e que afinal, como poderia ir para outro plano e deixar seus entes queridos pra trás....

Obrigada Bezerra de Menezes! Obrigada por "alguém" me entender.

Me colocando em comparação com ele, que eu sei, eu sei, que é um exagero.... Há um abismo entre ele e eu, mas ok, sou um espírito também... Fiquei mais calma quando ouvi essa história do palestrante porque me identifiquei demais. Sei que tenho que andar pra frente, viver minha vida, mas, MAS - bem grande - eu não consigo ser 100% feliz sabendo que meu avô, que é um pedaço de mim, sofre. Simples assim. Nem sei se ele sofre mesmo, porque nunca sei se é consciente ou não o que ele está vivendo. Se não for talvez ele não sofra. Improvável. E aí eu sofro e ponto final. Sofro junto, e sofro separado imaginando o sofrimento. Parece um dramalhão, né?! Então sou dramalhona e F...

Outro dia numa das minhas choradeiras eu simplesmente percebi que eu não podia fugir do que eu sinto e o que eu sinto dói. E assim vou indo, sentindo e talvez me acostumando, devargarzinho, a sentir o que tá acontecendo aqui dentro.

sábado, 10 de agosto de 2013

Manhê, feliz dia dos pais!



Manhê!!!!!

Sim, há quase 15 anos é "mã", "manhê", "mãe", etc e tal.... Chegou o dia dos pais, né mãe?! E seria um tanto quanto esperado se eu parasse aqui mais um dia pra escrever sobre o meu avô nesse período de recuperação dele... E falasse como ele foi - também - durante esses 15 anos meu pai. Até porque bati muitíssimo nessa tecla no período de sua recuperação. Também seria chatinho - não desmerecido, é claro - se eu fizesse uma homenagem ao meu pai, acho que faço isso sempre....


Outra coisa é que outro dia foi aniversário da minha mãe, e eu teria escrito um post tranquilamente sobre ela se não estivesse num curso, cansada, acabada e o fizesse apenas pra cumprir minha tarefa de "blogueirinha" que faz a família toda chorar. Só que não! Minha mãe merece mais que um "tick" nos meus TO DOs.

Outro dia me peguei pensando como eu pareço com a minha mãe. Engraçado que sempre achei que as características do meu pai sempre foram
extremamente fortes, mas pensando bem tenho muita coisa da minha mãe/pai.

Praticidade. O lance de resolver logo as coisas é muito a cara da minha mãe. A gente vê isso claríssimo nessa fase de recuperação do meu avô. Pá pum, resolve. Aliás, todos os filhos tem essa característica. Acho que somos mais intensos, e aí é Nilson total, mas pá pum resolve, e ela faz isso de uma forma mais serena, aparentemente se estressa menos, ou desconta nas unhas. Minha mãe resolve as coisas sem alterar a voz, e no geral quem não altera a voz não perde a razão e nem perde a elegância.

Minha forma racional de pensar no dinheiro. Apesar de sempre termos tido oportunidade, quer dizer, algumas épocas nem tanto, mas meu pai era um executivo, e nem por isso eu tinha roupas de marca. Nem por isso tive mais do que uma, sim eu disse UMA, boneca Barbie, e nem por isso ganhava tênis de marca, aliás, o primeiro foi o New Balance que juntei todos os 'dinheiros' que eu havia ganhado na vida pra comprar na World Tenis. De DIC - quem lembra? - pra World Tenis, saí super feliz. Minha primeira roupa de marca? Pakalolo, presente dos meus avós, minha mãe comprava na C&A e obrigada! Eu hoje sou mega cuidadosa com grana! E quando digo mega é mega mesmo! Não pago no quilo do queijo mais caro que no quilo da carne, mesmo não comendo um quilo de queijo (muçarela tá gente, faixa azul é faixa azul e sei valorizar as coisas), é uma questão de princípios. Com a minha mãe também tudo virou uma questão de comparação %. Se em tal lugar um item custa R$ 2, e em outro custa R$ 3 muita gente pensa, ah, ok, "só R$ 1". Pra mim é "só uma escandalosa variação de 50%". Me chamem de pão dura, me considero uma pessoa que pensa e não sou feita de trouxa.

Tenho uma timidez que é dela. Veio dela, aprendi com ela, e ainda vejo nela. Sim sou tímida. Apesar de parecer super comunicativa, e sou, eu não gosto de ser o centro das atenções, e isso é desde que nasci. Quem convive comigo sabe do meu pavor de "Parabéns". Faço uma apresentação na empresa, mas não me pede pro garçom trazer um bolo e começar a cantar parabéns no meio do restaurante. Detesto. Assim como não gosto de receber nada de presente no escritório, e abominaria ter uma faixa de declaração de amor na rua. Socorro senhor Jesus! Além de tudo acho brega.

Minha sobrancelha. Acho que é a parte do rosto que eu mais gosto. E meu nariz arrebitado que, coitadinho, já foi detestado por mim na adolescência. Hoje as pessoas acham que eu operei o coitado. Capaz, mal sabem que é uma característica Pesente fortíssimo. Italianos de nariz arrebitado. Sensacional.

O meu lado mãe... Sou mãe de todo mundo e até dela... Que é minha mãe, e as vezes minha irmã mais nova. Somos a mãe do Fê, eu ela e a Rafa. As vezes eu sou o pai mesmo, porque todo mundo sabe que meu pai era bravo demais, rígido, sei lá... E eu sou bem bravinha... Assim como os outros 2 filhotes da mama.

No mais nem sei... Só sei que acho muito bom quando dizem que eu sou a cara da minha mãe, porque eu acho que ela é linnnnda! Ela e a tia Rô tem uma carinha delicada.

De coisas que eu não tenho, ou ainda não descobri que tenho é toda a garra, energia, e luta que ela sempre teve. Não tenho e nunca tive até agora a dedicação que ela sempre teve pro meu pai, e muito menos a dedicação e doação que ela teve pra gente quando ele morreu. Acho mesmo que nós - filhos - fomos o motivo pra que ela conseguisse continuar a dormir e acordar.

Desde aquele dia que meu pai morreu e ela passou a ser o pai da casa muito bem assessorada pelos meus avós e tios, mas mais meus avós maternos, é um fato. Daquele dia pra frente parecia pra mim que minha mãe era imortal. Acho que a perda faz a gente adormecer algumas possibilidades, uma forma de fuga. Até outro dia, e é sério, eu achava mesmo que minha mãe era imortal. Hoje não consigo e nem quero pensar em perder ninguém, muito menos minha mãe. Não consigo nem imaginar ficar doente sem ter minha mãe pra ligar. Ficar grávida e não ter minha mãe pra estar do meu lado, mesmo sabendo que vou ficar nervosa, que vou dar uns chiliques e que ela como mãe vai estar ali me aguentando independente das crises hormonais ou da minha mania de quem sabe tudo.

Há quase quinze anos lembro todos os dias do meu pai. E lembro no dia D da minha mãe nos dizendo, como se fosse hoje, que precisávamos nos unir muito mais daquele momento pra frente. Tenho certeza que isso aconteceu. Apesar de as vezes não parecer, de as vezes cada um ter sua vida, ou cada um ter seus ideais eu vejo a cumplicidade no olhar do mini núcleo Pesente Bernardino. Nós quatro nos entendemos de olhar. Saem faíscas também só de olhar. Felicidades só de olhar e paz quando estamos juntos.

domingo, 4 de agosto de 2013

"Seja a mudança que você quer ver no mundo"

Essa frase aí do título é do Ghandi, até onde eu li, pesquisei no Google e sempre soube de tanto que li essa frase multiplicada, e compartilhada em todas as redes sociais que conheço. Achei pertinente pro que vou escrever agora, talvez um pouco audaciosa, mas pra mim isso tem muito a ver com o comportamento e com o que vou escrever daqui pra frente.

Na empresa que eu trabalho tem uma ferramenta que se chama PDI - Plano de Desenvolvimento Individual. Essa ferramenta ajuda as pessoas a identificarem pontos fortes e fracos em algumas habilidades ou competências que a empresa acha importante o profissional ter. Fiz meu PDI e uma sugestão do meu chefe foi ler o livro: "Saia da sua caixa - liderança e auto engano" do The Arbinger Institute.

Desenvolvimento Individual (ferramenta do trabalho) pra mim não é desenvolvimento se eu não aproveitar nada da minha vida profissional pra pessoal. Simples assim. Nem que seja pra ter um pensamento mais crítico quando vou ao supermercado é preciso agregar a ponto de eu internalizar o que me foi passado.

Escrever sobre esse livro é bem difícil, inclusive conversei sobre meu chefe com ele que, me disse que o leu umas três vezes e teve percepções diferentes a cada leitura. Claro, ela, sempre ela, a maturidade fazendo a gente ver as coisas de outra forma.

Resumidamente, e bota resumo nisso, esse livro diz pra gente não se auto enganar, auto trair (sentimentos) - e agora estou aqui sem saber se as coisas que estou escrevendo têm ou não hífen - então aí entra a parte difícil porque sabotagem contra a gente mesmo é uma coisa simmmmples de fazer, né?! Como, por exemplo, começar a dieta na segunda feira, arrumar o armário amanhã e todas as listas que nascem no dia primeiro de janeiro e ficam lá guardadas em algum lugar da vida....

Pra tentar explicar o que diz o livro, e de novo isso é muito superficial, ele dá um exemplo. Quando eu digo ele é o personagem que está ensinando essa teoria do auto engano. Ele conta da época em que seu filho era bebê e no meio de uma noite ele ouve a criança chorar e pensa imediatamente "vou levantar pra ajudar minha esposa que deve estar muito cansada, afinal cuidou do bebê o dia todo, teve todos seus afazeres, sempre é ela quem levanta a noite....". Essa foi a primeira reação dele, foi o que ele QUIS efetivamente fazer se não existisse o mas... Palavrinha boa pra gente, né?! Mas, mas ele estava tão cansado da trabalheira que tinha sido aquele dia. Mas ele sempre se esforçou tanto pra levar dinheiro pra casa. Mas ele tem o direito de dormir as horas que precisa pra trabalhar de novo no dia seguinte.

Todos esses "mas" começam uma fase de "justificativa" pra que ele não faça aquilo que inicialmente "ele quis" fazer. Aí ele pensa, bom vou fingir que não ouvi, afinal que boa mãe é essa que não escuta seu filho chorar? Que preguiçosa é essa mulher que não levanta a noite pra cuidar da criança  enquanto eu estou aqui morto e acabado de tanto cansaço, será que ela não enxerga isso? Tudo isso além de justificar o motivo pro cara não sair da cama inicia uma fase de "culpar o outro".

A esposa que estava dormindo virou uma megera simplesmente pelo fato de que o cara pensou duas vezes ao invés de levantar logo e ver o que acontecia com o bebê. Ele se sente sensacional porque trabalha e ao mesmo tempo a culpa de ser uma droga de mãe porque ainda não levantou, ou sequer ouviu o choro da criança.

Durante o livro ele dá muitos exemplos. Qual a relação com a caixa? Bem a caixa é como se fosse se colocar no lugar do outro. O pai está na sua caixa dormindo. A mão também está na sua caixa e dormindo. Se o pai se põe no lugar da mãe como foi o que pensou de primeira - apesar de não ter colocado em prática - ele efetivamente vai lá e faz, só um parênteses aqui, é por isso que eu gosto do slogan da Nike "Just do it". Serve perfeitamente pro esporte e pra esse tipo de exemplo. Quando a coisa é humana e se somos minimamente do bem pensamos de forma humana, o que nos faz nos colocar no lugar do outro. Compaixão, já escrevi sobre isso por aqui.

Ele entra em outros detalhes como, por exemplo, a reação da pessoa que está sendo julgada. Quanto mais se tenta aproximar a pessoa mais ela vais e afastando, afinal o julgamento é tão grande, e a mente humana vai tão longe quando julga que o problema se torna muito maior do que é, e aí fica difícil de contornar a situação.

O livro fala multo sobre culpa. Culpar o outro nos leva a sentir culpa, aí fica aquela confusão na cabeça porque tema difícil é esse.... Quem nunca?! É algo que parece que não tem fim porque pensamos no que fazemos, e pensamos no que pensam de nós, e portanto começam a agir diferente conosco... Nessas o que a gente queria inicialmente tá indo ralo abaixo, começou um processo gigante, se ninguém parar isso, né?! E quem para numa guerrinha psicológica, que pode virar uma guerra gigante?! Se sou eu, do jeito que sou chata, teimosa e emocional não paro nunca. Por isso, e só por isso esse livro virou um post, porque ele poderia virar apenas mais um livro na minha vida... Mas consegui internalizar e perceber que SIM eu faço isso o tempo todo. Me fecho na minha concha, ou na minha caixa, e to ali protegidinha, afinal de contas, eu sou uma boa filha, uma boa esposa, uma pessoa toda aterefada, que trabalha, malha, cozinha, etc etc etc....

Conversei com o meu chefe enquanto lia o livro. Trazendo essa perspectiva ao mundo dos negócios seria algo como tentar extrair todo o emocional da coisa. Pra mim é bem difícil. Eu sou uma pessoa emocional, e o fato de ser dessas que se põe no lugar do outro as vezes pode atrapalhar, afinal negócios são negócios.

Resumo da ópera antes de colocar algumas citações do próprio livro: Faça o que você acha que deve ser feito de primeira. Com o mínimo de bom senso, é claro. Não se deixe enganar e não entre no ciclo vicioso de se auto defender, começar a colocar culpa nos outros, ficar se achando o bonzão. Saia da sua caixa, da sua zona de conforto e entre na caixa do outro. Se ponha no lugar do outro. Faça isso antes de começar a criar desculpas e julgamentos que só vão gerar desconforto. Como diz o pai de uma amiga: "primeiro tenha o problema, depois resolva".

Trechos interessantes do livro - se for comprar não leia:

"Auto traição:
1. Um ato contrário ao que sinto que deveria fazer por outra pessoa é denominado de 'autotraição'.
2. Quando traio a mim mesmo, começo a ver o mundo de uma maneira que justifique minha autotraição.
3. Quando vejo um mundo que justifica meus atos, minha visão de realidade torna-se distorcida.
4. Portanto, quando traio a mim mesmo, eu entro na caixa.
5. Com o tempo, algumas caixas tornam-se características da minha pessoa e as carrego comigo."

(...)

"Mas recuperei a visão no Arizona. Vi em mim um líder que estava tão seguro do brilhantismo de suas próprias ideias que não podia permitir o brilho de ninguém mais, um líder que se achava tão 'iluminado' que tinha que ver os empregados negativamente a fim de provar sua superioridade, um líder tão empenhado em ser o melhor que se certificava de que ninguém mais pudesse ser tão bom quanto ele."

(soco no estômago isso - by the way já li isso num outro livro, não lembro se Lya Luft ou Nuno Cobra - quando a gente precisa rebaixar o outro pra se sentir alguém... Feio!)

(...)

"Aturar tem a mesma deficiência que tentar mudar a outra pessoa: é apenas uma outra maneira de continuar a culpar o outro. Transmite a censura da minha caixa, que apenas leva aqueles a quem estou aturando a ficarem dentro da caixa."

"O que não funciona na caixa:
1. Tentar mudar os outros
2. Fazer o melhor possível para 'aturar' os outros
3. Ir embora
4. Comunicar-se
5. Implementar novas habilidades ou técnicas
6. Mudar meu comportamento" (...) - Bem, você não pode sair (da caixa) se continuar focado em si mesmo, que é o que está fazendo quando tenta mudar seu comportamento na caixa."

(...)

"De repente, por causa da característica básica de ser o outro das pessoas que continuamente se colocam diante de nós e por causa do que sabemos quando ficamos fora da caixa em relação a outras pessoas, nossa caixa é penetrada pela humanidade de outros. Percebemos nesse instante o que devemos ser, temos que honrá-las como pessoas. E nesse momento, no momento em que vejo o outro como pessoa, com necessidades, esperanças e preocupações tão reais e legítimas quanto as minhas, estou fora da caixa."

"Uma família, uma empresa, ambas são organizações feitas de pessoas. Isso é o que sabemos e aquilo que nos orienta na Zagrum".

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Tudo junto e misturado

Escrito em 26/07/13 dentro do avião de Vitória da Conquista BA para São Paulo SP.

Acabo de ler um livro que achei chato na real. Talvez eu não esteja no momento certo, ou a altura do livro, mas não concordei com muitas coisas e outras, e outras logicamente que fizeram sentido, ainda assim dadas as devidas proporções.

O livro se chama Amor Líquido e num determinado momento o autor fala sobre as linhas invisíveis que existem na sociedade. Como o medo, o pré conceito foi afastando cada vez mais as pessoas, etc e tal. Concordo! Condomínios, seguranças, carros blindados, uma forma de tentar mudar o mundo real em que as pessoas "perigosas" foram efetivamente excluídas, ou teriam as pessoas dos condomínios se excluído nas suas mini clausuras? Tema pra outro post, não é esse o objetivo. Eu e essa minha mania de contextualizar.

Num contexto bem mais leve mas ainda com um "que"de pré conceito me encontro a uma ida a Caetité,  agreste baiano onde ficam os parques eólicos da Renova - empresa onde trabalho. Chegar lá é um perrengue porque não tem aeroporto, mas ok, a cidade dos meus pais também não tem, na que a minha avó paterna mora só tem 1 vôo saindo de Campinas, enfim... Convivo com isso normal até... Notaram o "até"?

Mas o que me pegou nisso tudo foi o fato de eu me pegar pensando "Cara, que zona! Isso aqui parece uma rodoviária!". Realmente o aeroporto de Confins estava lotado, bagunçado, em obras pra melhorar - e isso é pro bem futuro e pro desespero atual. Fato é que eu, euzinha que tenho origens do interior, cidade com 20 mil habitantes. Eu que sempre fui de ônibus pra Santos, pra Anastácio... Eu que sou do interior praticamente porque só nasci em São Paulo e nunca morei em bairro chique. Sempre fui exposta a situações diferentes da minha vida, pro pior, pelo meu pai, que sempre quis nos mostrar o que era a vida de verdade, algo perto do que ele viveu na infância. Dificuldade, trabalhar desde cedo. Meu pai que viu o mar pela primeira vez depois de adulto. Eu que vim de uma família em que meus avós não tem saudades da infância porque as lembranças não ou eram (Sebastian) das melhores.

Muito diferente dos meu pais eu estudei em colégio particular, fiz Cultura Inglesa, conheci a Disney. Eu que sou neta de três avós que não tem ensino superior, dois deles acho que nem o antigo colegial tiveram... Eu, Gabriela, me pego pensando na rodoviária e como se não bastasse analisando as pessoas.

As tais pessoas que pra mim pareciam fazer sua primeira viagem. Roupas mais arrumadinhas e todas fresquinhas (deve ser primeira viagem, faz um frio do cão no avião), sapatos de salto, teve uma menininha até que usava um sapato maior que seu pézinho. Tinham aquela cara de orgulho por estarem voando pela primeira vez (acho eu) e apreensivas também. Nervoso pra passar no raio x, tira o cinto, passa de novo, apita, tira o sapato, passa de novo. Ufa... Era o sapato....

Me lembrei de quando a minha mão foi encontrar meu pai em Londres há mais de 20 anos.. Toda bem vestida, me lembro da roupa que ela vestia, cabelo recém cortado - também pra agradar meu pai - toda bonitinha pra sua ida à Europa. Ou seja, exatamente a mesma situação, só que essas pessoas a quem me referi aparentemente eram de "outra classe social". E daí?! E que classe social éramos nós naquela época? Não tenho ideia. Me senti mal.

É que nem ir à praia e reclamar da farofa, leia-se gente feia, leia-se gente que não tem grana e traz cerveja no isopor, sanduíche, etc e tal. "Ah, porque antes aqui era mais bem frequentado". Aham... Nós levávamos tudo isso pra praia, guarda sol, cadeira, baldinho. Inconsistência terrível. Todo mundo sai às ruas querendo menos desigualdade e eu (e eu sei que outras pessoas se identificam com isso) reclamo "isso hoje parece uma rodoviária", ou "ai que povo feio". E daí?

Tudo isso pra dizer que tive vergonha dos meus pensamentos, que acho graça quando fazem umas perguntinhas fofas "moça posso colocar minha bagagem de mão longe do meu assento?" ou quando vejo todo mundo alinhado só porque vai viajar (dó do frio). E em homenagem a isso tudo fiz o que eu acho, ou achava, o mais brega do Brasil. Coloquei meu celular no modo avião e tirei foto da janelinha! Essa que está aí! E na boa, é bonito e ponto! Sem contar que não é todo mundo que voa num avião de hélice assim, né?! rs rs.

E é isso aí, todo mundo junto no avião... A trabalho, a passeio, indo a um médico, visitar a família.... Todo mundo indo e vindo.... E Caetité com seus baianos queridos me acolheu muito bem, obrigada!

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Que a minha ingenuidade permaneça, minimamente...

Não me considero uma pessoa boazinha. Tenho pé atrás com um monte de coisa, coisas que a vida foi ensinando mas ando em dúvida sobre o tanto de pé atrás que as pessoas têm.

Outro dia duas amigas minhas me mostraram como eu sou ingênua pelo fato de eu ingenuamente - talvez - ter colocado a minha opinião no facebook a respeito do vandalismo que aconteceu no Leblon (Rio de Janeiro) na semana passada. Pra mim aquilo foi uma barbaridade. A tal loja que eu sequer sei o nome, e também não sei se é chique ou não, se o cara paga aluguel ou não, se tem um carrão ou não... Não sei, e isso nada tem a ver com o fato de eu ter ficado comovida quando vi aquele homem dando um depoimento com lágrimas no rosto. Pra mim não importa se foi a Globo, a CNN, ou qualquer blog cool que tenha divulgado isso, eu me comovi. Pra mim não importa se o que aconteceu foi armado pelo Sérgio Cabral, se ele é do bem ou não.

Eu me comovi porque eu me coloquei no lugar dele e fiquei triste, assim como ficaria talvez em pânico se entrassem na minha casa e levassem minhas coisas. Conquistadas por mim a maioria, ganhada um outro tanto, mas com o trabalho também de quem me deu. Nesse momento me lembro da época em que a minha mãe tinha posto de gasolina e assaltantes armados renderam o gerente e levaram todo o movimento do final de semana. A sensação dela? Desespero. Vendeu um dos dois carros que tínhamos em casa (para 3 motoristas) pra poder pagar as contas, e não é que vendeu no web motors, que vendeu bem, não, foi nessas lojas de rua e pegou o que pagavam. Pra quem foi esse dinheiro? Não tenho a menor ideia, mas o trabalho pra conseguir foi dela. Dane-se o bairro, o status, ou qualquer coisa que rotule as pessoas, é simplesmente se por no lugar ou imaginar que isso aconteça a alguém da família, já que é difícil demais fazer isso pra algumas pessoas.

Agora me emociono com o Papa no Brasil. Fui com a cara dele de cara, tem um carinha de avô bonzinho... Enfim, me emocionei e a besta foi de novo colocar isso no facebook. Muita gente achou legal, comentou positivamente, mas já ouvi gente dizendo que isso é marketing! Oi?!

Na boa, daqui a pouco nem eu vou acreditar mais em mim mesma... Vou achar que eu sou uma mentira, que na verdade não tenho 1,57m, e nem que sou filha dos meus pais porque tudo é motivo pra desconfiança, talvez nem seja eu quem esteja escrevendo esse texto. Todo mundo "tantan".

As pessoas acham pouco do choro do homem. As pessoas acham que o Papa precisa fazer marketing.... Marketing. Nem católica eu sou, mas qualquer pessoa minimamente com noção sabe que os padres e as freiras abdicam de muitas coisas quando decidem seguir essa vida. Isso nem precisa se esforçar pra saber, basta olhar no google - o mundo virou procurar no google, né?! Eu nem sabia nada sobre os Franciscanos e nem sabia que o nome tinha o tal significado que tem de humildade que esse Papa Francisco demonstra claramente. Fico me questionando se as pessoas não tem mais o que fazer. Achar que um senhor faz isso tudo por marketing sendo que ele já está no nível mais alto da igreja católica. A quem ele precisa agradar? Tipo assim, ninguém, ninguém! E as pessoas acham que é marketing.

O inferno são os outros... Esses outros que ficam sempre vendo o lado ruim de tudo - lembrando que não sou boazinha e nem mega otimista. Esses outros que não conseguem olhar pro próprio umbigo e perceber que tem algo errado neles que não conseguem sequer ver que as coisas podem ser mais simples, que o mundo não se resume a carros blindados, a medo de terrorismo, a bônus no final de ano, a varandas gourmet... Que a vida um dia vai passar e vai restar essa imagem marqueteira - porque isso sim é marketing - vazia... Bom para aqueles que conseguem deixar algo pra ser lembrado com orgulho.

Vou por meu óculos cor de rosa de novo. Tchau pra quem vê tudo em preto e branco.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O inverno me mata....

O ideal seria ter forças pra escrever isso quando eu acordo... É nessa hora que eu penso mesmo como eu amo o verão. E nessa hora eu penso em que momento da evolução da espécie a gente parou de viver como o homem das cavernas que acordava com a luz do sol e se recolhia ao cair da noite. Algo me diz que foi quando as pessoas pararam de se respeitar pela ambição de ter cada vez mais, e mais e mais.... Santo saco!

Deus do céu! Acordar de noite não pode ser considerado natural. E sair do trabalho a noite?! Me dá um desespero olhar pela janela e ver que o dia foi embora. Tudo muda. Desde o tanto de roupa, ao caminho a ser feito quando sai do ônibus. Busca de luz, ruas mais movimentadas.... Banho mais quente, secador na ativa, metabolismo querendo comer mais e mais. Eu poderia fazer um estágio em um restaurante italiano e ficar lá comendo tudo de quentinho e reconfortante que uma boa massa oferece.

Quantas vezes já não pensei em morar fora do Brasil, mas quando penso no inverno me dá uma dó.... Daquelas de repensar... Daquelas de dar preguiça de pensar em sair na rua cheia de coisas, e com protetor labial, e touca, e luvas... Afe! Me prometi que não tiro mais férias pra ir pra neve. Programa de índio ficar andando carregando peso de casaco... Não, não quero passar o reveillon em Paris e nem o natal em NYC.... Obrigadinha, prefiro meu calor gostosinho e se preciso for eu ligo o ar e pronto, tá tudo certo.

Obrigada Brasil país tropical, e que fique claro que ainda sinto saudades da época em que morava em Manaus, bem mais quente que SP!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Se ele não está por aqui eu acho que tá, e isso que vale....

Ultimamente eu tenho pensado tannnnto, mas tannnnto no meu avô Sebastião. Já faz tempo que to pensando em escrever sobre esse assunto quando agora, sentada no sofá cansada e de pijama, solto um "corpo ruim".... Ah isso foi o limite...

De fato ele pode estar por aqui, porque ele sabe de onde estiver que estou passando por um momento difícil e que a leveza do seu gênio - quando ele queria é claro - me faz uma falta. Se tem coisa que sinto sobre meu avô Sebastian é uma saudade boa, uma sensação de ter vivido tudo que tínhamos pra viver.

Nessa fase que to passando com o outro avô, o Lauro, que também foi - e ainda é - muito presente na minha vida, mas de outra forma até pela diferença de idade, etc... Meu avô Sebastião sempre foi um senhor.... Ele tinha outras netas mais velhas, 4 antes de mim.... Eu não era uma favorita, mas era uma "maroca", que ouvia do meu pai, coisa que ele aprendeu com o seu "o papai não dá, não vende e não empresta"..... Lembro dele brincando com o Fe pequenininho, nossa, ficava com aquele neto temporão pra cima e pra baixo, o "tramboinho". Depois veio o Daniel, que ele já era mais velho, mas que sempre se deu bem, e que o Daniel por muito tempo falava, hoje não sei como está isso na cabeça dele.....

Como eu dizia o jeito maroto do meu avô era tudo que eu precisava pra minha vida, mas nesse momento um pouco mais. Muito mais. Nervos a flor da pele por n motivos... Meu avô daria uma risada gostosa sem todos os seus dentes, ou com a sua dentadura que, nos últimos anos de vida ele fez questão de usar apesar da dor que causou pra ele. Certamente teríamos conversa sobre energia renovável, ele me chamaria de zoiuda, e diria que não gostava de mim, e que eu falo rápido demais, e na sequência ia rir muito pelo fato de não entender tudo. Qualquer pessoa ficaria brava, ele ria. Seria a sabedoria dos 80+?

Sebastian, que sempre tirava uma onda com todo mundo... Suas frases típicas:

Aniver de 90 anos - peguei do fcb do Dalton
"come viu, pra depois não sair falando"
"teve bom!"
"você sabe que eu não gosto de você, né?!" rindo, gargalhando
"repete 'paca tatu cotia não'."
"escreve ai um 'i' com pingo em cima"
"nossa, você viu que loucura, gente que nunca morreu tá morrendo"

E quando ficava bravo com alguma coisa:

"Ahhhh praga dos quintos"

E quando encontrava alguém que tinha engordado, "nossa é gostoso abraçar você, é tão macio" kkkkk! E para os negros "Ih Dora, esse ai nasceu depois das 18h"... Sem preconceito ele falava, mas era uma forma de já ir brincando com todo mundo, até porque de branquinho ele não tinha nada.

Sempre brincando e sempre rindo e sempre se divertindo. Desde que nasci meus dois avôs já eram aposentados. O Sebastian tinha outro ritmo, tirava uma pestana depois do seu almocinho.... Geralmente uma pratada de arroz com feijão - Serra de Botucatu - e alguma "mistura". Não, não comia salada.... Assistia Chaves e morria de rir, e deitava no sofá e cobria os olhos com um lencinho por causa da claridade.

Relendo o texto e adicionado a legenda lembrei que ele falava fluentemente "a língua dos mortos"... Ele trocava as vogais, entao meu nome virava "Gaisbrinisenterlais".... Isso veio da época em que ele trabalhava na prefeitura e se foi ele ou não quem ensinou ao Dalton eu não sei, só sei que só dos dois se entendiam....

Sentia um frio e portanto entendia que todo mundo também sentia. Não podia ver ninguém dormindo que lá vinha ele com um cobertor, ou "manta" nas palavras dele. De tanto que prestei atenção no frio dele parece que peguei isso pra mim.... Juntava as duas mãos e fazia um barulhinho no sopro...

Meu avô também tinha outra coisa diferente da maioria dos homens que nasceu em 1917, ele ia pra cozinha. Churrasco rolando e ele já ia adiantando as coisas, lavando as louças usadas... Quantas vezes não vi meu avô descascar batata e espremer pra minha avó fazer gnochi (nunca sei escrever isso e não vou olhar no google porque não to afim), e quantas vezes ele não fez bombocado.... E no seu humor peculiar ele ficava olhando o leite ferver pra minha avó.... Mas ele só olhava.... O leite fervia, esparramava minha avó ficava doida, e ele dizia rindo "você me disse pra olhar, eu olhei". Kkkkk....

Sempre cheiroso, não sentia mais cheiros, então fazia questão de estar perfumado, consigo me lembrar do cheiro. Dormia cedo, e ele usava mais cobertor que a Dora. Já deixava tudo preparado pro café da manhã do dia seguinte - isso eu puxei total pra ele, se eu pudesse tomava o café antes de dormir pra adiantar, o mania de adiantar que ele tinha..... E enquanto o tio Tô morou com eles tinha mamão e kiwi picadinho de manhã.... Sensacional.

Sempre leu seu Estadão de cabo a rabo diariamente, até a vista ficar meio ruim e uma vez a tia Neide aparecer com um treco que parecia uma lupa pra colocar tipo um chapéu... Sei lá... Com ele também não tinha miséria. Acho que a infância difícil fez com ele exagerasse um pouco, tipo comer 6 bananas de uma vez só, chupar 4 laranjas seguidas, e assim vai. Meu pai pegou isso, e a tia Neide também. A Neusa não tenho certeza, mas desconfio... O Nilton acho que é o mais consciente dos filhos, rs rs....

Engraçado, guardava tudo e achava bom ter 3 botijões de gás em casa, afinal vai que tem uma guerra, é bom armazenar! Aliás, nessas últimas manifestações ele certamente diria que ia querer "o verde oliva" de novo no poder.

Super saudade boa e sentimento bom de lembrar disso tudo e escrever isso tudo e pensar que tem muito mais dentro de mim.... Isso não acaba nunca.... Obriga por tudo Sebastian, se você estiver mesmo por aqui está me fazendo mais feliz... Se não estiver está nos meus pensamentos, portanto estou mais feliz!

domingo, 14 de julho de 2013

Aquela brincadeira das perguntas! AMO!!!!!

Tem um blog que eu sigo que é o Dona das Coisinhas, aí domingo a noite é dia de por em dia a leitura do que me faz bem.... E de repente me vejo no seguinte post O primeiro meme a gente nunca esquece e se trata de:

1) Escrever 11 coisas sobre nós mesas;
2) Responder a 11 pergunta a quem nos nomeou, ninguém me nomeou, portanto eu vou considerar que ela me nomeou;
3) Indicar 11 blogs com menos de 200 seguidores;
4) Fazer 11 novas perguntas a quem eu nomear - no caso quem quiser responder.... 

Vamos lá entonces!

11 coisas sobre mim:

1 - Eu falo a verdade sobre a minha altura, não minto, 1,57m e não 1,60m como todas as baixinhas que eu conheço dão aquela arredondada pra cima, claro....
2 - Eu tenho TOC, sim, eu arrumo os potes de xampus no banheiro por ordem de marca e tamanho e a geladeira também é motivo pra organizar, não pode ter comida junto com coisas do café da manhã por exemplo... Requeijão e feijão?! Não aqui em casa;
3 - Eu sou forte, mas nem tanto... Sério gente... Tudo tem limite!
4 - Eu tenho uma coleção de DVDs europeus e dos que eu vi são poucos os que eu gostei... Parece que não sou assim tão cool....
5 - Nasci no Capão Redondo - I mean, foi minha primeira moradia, e é sério! Todo mundo acha que eu to zoando, mas é verdade! Rua Almirante Luis Penido Burnier, 52, casa 103, pode procurar no google.
6 - Quando eu escrevo em outra língua que não em português eu coloco em itálico, notaram?! Outro TOC.
7 - Tenho uma TPM terrível, e tem gente que acha que eu sou muito engraçada... Mas não... Eu sou bem mal humorada.
8 - Não gosto de stand up comedy. Olha o itálico e olha o mal humor.
9 - Sou super ciumenta com algumas pessoas.
10 - Sou neurótica com meu corpo... Não adianta ninguém falar nada... Eu sou e ponto final.
11 - Lembro do meu pai todos os dias. Ele morreu em 1998 e todos os dias da minha vida ele está presente em algum pensamento meu, e no geral não é rezando por ele, são lembranças, valores, jeitos de alguém.... Lembro....

As perguntas da Dona Coisinha:

1 - Formação profissional? Está estudando? Vai fazer vestibular? Largou os estudos? Me conta?
Administradora de Empresas pela Faap, depois de 10 anos fiz um MBA em gestão empresarial e estratégica do negócio na FGV, olhando assim parece que sou uma suuuuuuper apaixonada por administração e maníaca por trabalho... #soquenao.

2 - Como é sua relação com o seu blog? Como você lida com ele? 
O meu blog nasceu porque eu tinha uma amiga com eu conversava muito sobre um milhão de temas, a Carol. Aí ela saiu da empresa e perdi minha companheira de cafés com devaneios.... Aí resolvi criar coragem de por pra fora o que eu penso, e acho que to botando as asinhas de fora demais... Talvez... Ou não... Vai saber.... Eu escrevo quando me dá um clique, e o problema é que o clique geralmente me dá num momento que não posso escrever.... Da vida.... Perco muitas boas ideias....

3 - E sua relação com a sua casa? Como é?
Minha casa, tem o lance do TOC como falei acima, mas o namorido é mais arrumadinho que eu. A casa é pequeninha, mas fofa.... Acho engraçadinha, e ainda tenho cadeirinhas de bar.... E também não temos armário.... Está me dando um siricutico isso, mas não temos grana agora.

4 - Qual a coisa que se pudesse, faria mais vezes?
Viajaria... Certamente. To numa fase economia total.... Se não for considerar grana eu trabalharia menos, ou participaria menos de reunião que automaticamente me faria ficar menos tempo no escritório.

5 - Dinheiro é bom, mas não traz felicidade. O que você acha disso?
Cara.... Eu costumo dizer que dinheiro não é problema, é a solução. Mas acho que tudo tem limite. Estou passando por uma fase na família, meu avô está doente, e nem todo o dinheiro do mundo desfaria o AVC que ele teve.... E eu não sou uma pessoa feliz (não consigo ser feliz por inteiro) sabendo do estado dele.... Então a minha felicidade não traz, mas traz o sossego de saber de que ele tem condições de ter um home care, profissionais cuidando, etc....

6 - Pratica algum esporte ou atividade para desestressar?
Pratico sim senhora. Vou a academia na hora do almoço, lê meu post anterior que você vai entender. Acho que musculação é remédio, mais cedo ou mais tarde tem que fazer - previdência privada da saúde. Correr faz suar os siricuticos.... Também faço, mas a prioridade é musculação - sem contar que aumenta o metabolismo, logo posso comer mais, há!

7 - Quanto tempo passa conectado por dia?
O tempo que to acordada praticamente.... Mas não da pra ficar na internet viajando.... Mas tá sempre aberto o navegador. Sempre. Até posso ver blogs, facebook, etc... Mas acho que não pega bem e sou meio cdf....

8 - Além do blog, participa de outras atividades ou movimentos que não sejam do trabalho?
Nada.... Só faço terapia mesmo, e vou ao Centro Espírita... Mas isso é só pra mim.... Atualmente me dedico o que posso ao meu avô que mora em outra cidade....

9 - Uma coisa que você nunca faria?
Gente, essa é muito difícil, mas eu tenho a impressão que nunca mataria alguém....

10 - Um sonho? (Podem ser vários!)
Não sei qual é meu sonho e fico muito muito muito triste por isso.... Não consegui descobrir ainda... tenho vontades... Tipo de ficar hospedada na europa naqueles hotéis tipo de novela com ante sala, com tempo pra fazer nada.... Adoraria ficar grávida de gêmeos, mas ok se tiver que vir um de cada vez.... Mas soooooonho mesmo.... Não sei....

11 - Por que resolveu responder esse meme?
Porque eu sempre adorei essas perguntas e respostas! E eu acho que gosto de aparecer um pouco. No fundo sou meio tímida pessoalmente - apesar de não parecer - e parece muito mais fácil fazer isso on line.

As minhas 11 perguntas:

1) De onde você conheceu o meu blog ou me conheceu?
2) Qual foi sua maior loucura, ou mentira, ou sei lá, alguma bizarrice...
3) Você ama o seu trabalho?
4) Você já quis largar tudo?
5) Qual o livro - pode ser mais de um porque eu sei que é difícil - que você mais curtiu?
6) Filme, mesma regra acima.
7) Ser feliz ou ter razão?
8) Você sente culpa?
9) Se ganhasse na mega sena da virada faria o que?
10) Momento da infância marcante?
11) Você tem uma bike? Anda com ela? Me recomenda?

Os onze blogs que sigo que tem menos de 200 seguidores.... Vou tentar caçar....

1) http://viciadaemviajar.blogspot.com.br
2) http://www.iamleaving2day.com  - não tem contador, mas acho que tem mais de 200 seguidores....
3) http://daniesteveaqui.blogspot.com.br
4) http://ivanacalado.wordpress.com
5) http://www.daniloleao.com.br - outro que não diz quantas pessoas seguem....
6) parecefilmemasevidamesmo.com.br agora ta numa revista, então deve ter mais de 200, mas quando comecei não tinha....
7) http://diarioparaaprender.blogspot.com.br
8) http://pequenasfelicidades.com - sou uma das autoras, mas ando meio borocochô....

é isso, me indiquem mais.... mas vou completar os 11 com mais de 200 seguidores uai...

9) achadosdabia.com.br
10) casadecolorir.com.br - lá que te descobri!
11) http://icanread.tumblr.com

Quem quiser me responder manda no meu e-mail, por favor?! gabriela.pesente@gmail.com . Não entendo como minha mãe que tem quase 55 anos consegue escrever o comentário bonitinho e as pessoas mais novas não conseguem.... Gansinhos!

sábado, 13 de julho de 2013

Lições esquecidas

Hoje vim a trabalho a Porto Alegre - aliás foi daí que saiu esse título - o que quer dizer que acordei às 6 da manhã pra pegar o vôo, mas o aeroporto de POA estava fechado, então atrasou. Obrigada por poder dormir menos a toa....

Chegamos aqui e pedimos um táxi para ir ao local da reunião pra almoçar, dado que o compromisso era 13h. Eu sou bem neurótica com horário.

Grandes chances de meu chefe ler isso, mas ok, ele é adulto eu sou adulta, e o ponto não é ele, mas o ritmo que vivemos atualmente....

Ele, o chefe, manda uma mensagem de texto porque queria conversar antes da reunião já que ele não pode ir... "Quando sentarem para almoçar me liga pra eu falar umas coisas com vc antes".

Quem achou isso normal?
Quem respondeu SIM: pra mim vocês estão com problemas.

Como assim "me liga quando for almoçar?" Ou almoça ou fala. Dá pra ser? Que sangria desatada é essa que vivemos que achamos que é normal parar no meio de uma refeição pra falar de trabalho? Bom... Dava pra falar sem ser almoçando, eu sugeri que ligasse naquela hora enquanto ainda estaria no táxi... Simples assim.....

Acho inclusive que eu posso ter me interpretado mal na mensagem que mandei antes pra ele e tenha o confundido mas o ponto é: sugerir alinhar um tema e almoçar ao mesmo tempo não é pra ser normal, e não é só ele que tem esse tipo de ideia, assim como muita gente vai me achar uma exagerada.

Que ritmo frenético é esse que eu vejo todo mundo? E é todo mundo mesmo ou quase todo mundo. Poucas são as pessoas aqui nesse aeroporto que estão lendo um livro. Não! Estão no notebook resolvendo o que não deu pra fazer na reunião, como se a reunião não fosse trabalho!

Só pra lembrar é trabalho! Agendar o táxi pras 7h, e estar às 7:20 no aero é "estar na lida", e hoje chego em casa com sorte às 22h e ainda é trabalho. E não, não tem hora extra. Acho até engraçadinho quando minha família que não trabalha em empresa e me vê cansada, e ai eu comento sobre o ritmo puxado, "ah, mas você ganha hora extra". Nem respondo mais....

Eu tenho um ritmo puxado sim e parte porque eu quero. Como diz a minha tia Neide "Todo mundo vê as pingas que eu tomo e não os tombos que eu levo". Sim eu sou uma pessoa que se dá ao luxo de cuidar de si própria, porque hoje em dia é quase um pecado você não se matar de trabalhar e ter um tempo pra você.... Em média 1h por dia todos os dias eu me cuido... Se eu não fizer isso quem vai fazer? NINGUÉM! No máximo minha mãe, mas não acho que seriam 7x por semana.

Faço academia na hora do almoço, todo mundo acha muito cool. Mas eu corro viu, tudo cronometrado... Tento chegar mais cedo no trabalho, faço o treino, não converso com ninguém, peço  comida, vou pro banho, saio do banho, como e com o cabelo ainda molhado e ainda suando to de volta pro escritório... Não dá pra fazer tudo isso e brincar de malhar, né?!

Faço terapia também, antes do trabalho, portanto tem que acordar cedo! E vou ao centro espírita também, que é super requisitado e tem que dar um jeito de chegar na hora pra sessão.... Ah e claro, Não temos mais um carro cada um aqui em casa, portanto em alguns dias, a maioria, eu pego um busunga pra voltar pra casa. Cool fazer ginástica no almoço, né?! Ginástica, terapia, academia.... Eu aprendi a lição.

Tirando as minhas neuroses, se eu não malhar hoje, amanhã serei uma velhinha sem forças. Não, obrigada! Se pra fazer isso tiver que ser no almoço que seja. Terapia, sem ela meio mundo seria mandado a merda sem dó nem piedade. Só morar em SP já faz a gente querer fazer isso.... Ir ao centro me faz melhor, quem sabe um dia ser uma pessoa melhor. Eu cuido de mim. As vezes escorrego óbvio, to longe de ser um modelo, mas minimamente, e minimamente mesmo, eu me cuido. E tem quem me ache exemplo. Como é que pode?!

E aí eu penso no ritmo frenético de novo. Olho a minha volta homens que tem a idade que meu pai tinha quando ele morreu.... Meu pai morreu de morte matada, mas ao 40 e poucos muitos homens estressados e que não se cuidam morrem de
enfarte fulminante. O corpo do cara é forte, e o ataque vem forte, e mata! Puft! Acabou... Exagerou?! Fodeu meu bem! Já era, perdeu playboy!

Aí eu lembro que viver é mais importante e viver significa um monte de coisas, inclusive trabalhar... Comer correndo porque eu quero fazer exercício na hora do almoço é uma opção minha. Me pedir pra conversar de trabalho enquanto almoço não é.... E não falamos, simples assim.

O ponto é que as pessoas começaram sei lá por que cargas d'água achar normal tudo isso. Os pais não vêem seus filhos crescerem - o meu era desse tipo durante a semana, trabalhava muito e chegava quando já dormíamos e ia nos beijar. Nessa época não existia smart phone, tinha aquela droga de agenda eletrônica, depois um outro trequinho que ele comprou, mas pouco tempo antes dele morrer, nada comparável a um iPad....

Onde foi que começou a ser normal estar acessível o tempo todo? Telefone da empresa com acesso a e-mails e carregado durante o final de semana também. Sempre abominei essas pessoas com dois celulares, sempre as achei vítimas desse capitalismo ridículo que vivemos que premia tantos a uns e deixa outros na miséria.... Hoje me vejo sentada na academia engolindo um sanduíche com meus 2 celulares.... O que é isso?! Eu tenho pena de mim, como tinha dos outros na época em que não fazia parte desse grupinho....

Pro caso de algum RH, ou alguém da empresa ler isso, que fique claro que sim eu tô nessa e sei que se eu não quiser tem quem queira, mas expor isso é só uma constatação de um fato e de que eu penso e de que eu tenho mais coragem que a média - que deve estar concordando com tudo isso lá no fundinho, diz aí?!

Ambição tem limite, necessidade de casa maior tem limite, vontade dá e passa, dinheiro não compra tudo, e a vida voa.... Talvez eu tenha essa forma de pensar pela minha história de vida....

No aeroporto acabo de ouvir que a aeronave que vai nos levar de volta a SP ainda não está em solo, previsão de atraso! Que delícia! Os gordos dos 40 e poucos com seus paletós com aquela cara de "isso sempre acontece", eu cansada e puta da vida por 2 motivos. Motivo 1: o atraso. Motivo 2: pensando que tenho coisas atrasadas e que talvez tenha que trabalhar no final de semana. O que é essa pessoa? Sim o que sou eu????? Besta, comprometida, inconsistente, louca, mulher, hormônios alterados??? Sei lá to pensando num e-mail que chegou ontem a noite... E numa apresentação que fizemos até tarde do dia atnterior, que por sinal levamos o bolo (bonito, né) mas que pode ser melhorada.... Quem sabe no fds.... Mano?! Tirem esse encosto daqui!

A onda vintage tá voltando... Confort food, receitas da vovó, nada de besteirol.... Exercícios funcionais, respeito ao corpo, andar de bike, parto em casa com parteira, esse é o mais cool do momento. Tudo que é antigo tá voltando.... Será que o ritmo vai reduzir ou vamos ter que ver pessoas enfartando, ou perder pai cedo - pra mim já não rola mais - pra aprender que isso não é viver, é sobreviver. E mal hein!

Texto grande, libertador.... Adorei por pra fora e vou adorar clicar em "publicar", e "compartilhar", e ouvir comentários.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Pink Floyd + Mattosinho

Eu sempre sei quando tem a hora certa pra escrever as coisas... As pessoas me cobram.... Mas tenho a hora certa, passou um pouquinho, se tivesse parado naquela hora, naquele minuto o texto ficaria mais legal, mas não deu.... É feriado em SP amanhã e eu estava trabalhando em casa na ponte.... E o Re assistia a TV e viu que passava um documentário sobre o Pink Floyd na TV.... Deixou lá pra eu ver... Apesar de ser menina não conseguia trabalhar e prestar atenção naquele inglês britânico.... A banda ganhou... Isso me prejudicou e amanhã eu acabo o trabalho....

Rogerio Aguas... Brincadeirinhas que eu faço....
Vendo isso e com o skype on line conversei com o Mattosinho, que já tinha me chamado, e eu já tnha dito que não dava pra falar aquela hora.... Mas, naquele momento eu falei "ou se vc curte Pink Floyd põe no 524 da NET"..... Ele respondeu que onde estava não podia ver porque não tinha NET.... Contou que tinha ido a todos os shows do Roger Waters.... Eu falando que preferia do Gilmour... Mas que fui ao último do Roger Waters e chorei.... Pink Floyd tem muito da minha vida, dos homens que eu amo e que são relevantes na minha vida.


Quando começou a falar sobre Wish you were here eu parei tudo e tirei foto da TV, a doida.... Montei, pus no facebook, ele curtiu... Notei que em uma das fotos o antigo prédio dele refletia na minha TV pelo vidro da janela.... E ele disse algo do gênero "sua vizinhança perdeu muito charme".... Kkkkk! Esse é o Mattosinho! Simples assim!

Tudo começou quando eu contei pro Luis Flavio - amigo de anos - que trabalharia na Renova, e o Luis coincidentemente ja havia feito um projeto lá e conhecia a figura. Ja me falou pra chegar e falar com ele, que eu era amiga dele, etc e tal... E eu que também não sou assim um poço de vergonha fui mesmo. Pedi ajuda mesmo. Perguntei mesmo. E lembro que pedia "por favor, sou amiga do Luis"....

Com ele os papos são como quando os amigos homens também acham que você é homem. Alguém que uma sexta a noite explica na sala da diretoria o que é CMP pra uma mulher definitivamente não assim um lord...

Nervosinho no facebook... Chama de cretino, canalha, o PT vai ladeira abaixo.... Morro de rir, e por isso até leio o que ele coloca, pela emoção envolvida, gosto de gente com emoção, com vida!

Um dia o vi na correndo no bairro... Dei um berro pela janela... ele nem tchum pra mim...  Ok, ouvindo música.....

Mattosinho, desses caras que entra no skype e pergunta se "não é uma boa hora pra responder o email que ele deixou de despedida"... Ou que entre uma conversa fiada e outra me disse num dia que ia virar a noite no hospital com meu avô que estava internado "vai lá e enche o velho de orgulho". Se não me engano foi nessa noite que passei a noite em claro com ele, meu avô - obviamente - só fazendo cafuné e falando baixinho, e no dia seguinte meu avô expressou ao médico, como ele podia se comunicar, que eu tinha cuidado muito bem dele...

Desses que quer viver intensamente.... E desses que escreveu um email de despedida que me emocionou e que fez uma analogia muito legal no seu último ou penúltimo dia... "Sabe quando você vai terminar um namoro mas ainda gosta da garota?" Se referindo a sua saída da Renova a caminho de uma fase que certamente será sensacional na vida dele.... Achei bonito.

Hoje ele me contou que admirava muito o Roger Waters... Quando o Roger falou sobre Wish you were here, disse que ao compor essa música ele buscava pra ele algo que sempre o impulsionasse, e o Gilmour já tinha mencionado essa qualidade dele. O Mattosinho me fez prestar mais atenção no Waters - isso por si só já demonstra a credibilidade que ele tem pra mim, que falou que prefere sempre fazer o teste do ator coadjuvante à ficar preso numa jaula.... Que quando faz alguma coisa ele tenta pensar o que o pai dele pensaria, se aprovaria ou não.... Morri??? Será????
E como eu prefiro o Gilmour....

Era pra ser sobre o Paulo Mattosinho Neto. Foi sobre ele, foi sobre mim, foi sobre a minha vida, sobre o pedaço de vida que vivemos juntos e um outro pedaço que eu sequer sabia que existia.... Taí a sua resposta Mattosinho, e sim, você vai fazer falta! E sim, agora já não vou mais andar na Indiana prestando atenção pra ver se te encontro de bobeira....

Felicidades sempre!


Humildade....

Muito difícil começar a falar sobre esse tema.... Pessoas. Pra mim gente é das coisas mais difíceis de entender na vida. Eu não me entendo.... Vamos ao meu ponto, e a chance desse post ficar aqui parado no status "rascunho" esperando ser aprimorado é tão grande. No geral eu sento, escrevo, releio e posto. É quase uma psicografia.... Mas esse assunto eu devia ter escrito há mais tempo, as sensações se perdem.... As coisas se misturam e isso pode ser bom e pode ser ruim.... Nesse caso quem me deu o OK foi o Rê, e vou falar que sou dessas que não fica esperando ok de homem desde que meu pai se foi... Mas nesse caso o respeito está acima de tudo, e nesse caso o envolve de alguma maneira.

Não me considero uma pessoa bem relacionada, tipo conheço pessoas legais, mas nada de gente influente, sociedade, nada disso... Tipo até conheço quem ache que a pessoa é celebridade, mas no caso não acho que seja e nem a pessoa se acha como tal....

Fato é que conheço gente que é bem influenciada e virou mexeu lá estou eu no meio "de gente influente".... Dessa gente que, gente como a gente, acha que pode julgar, sabe assim? Porque se tem coisa que a pessoas sabem fazer muito bem é julgar. Impressionante. Mulher sarada na TV só é sarada porque vive disso, "também, não faz mais nada da vida".... Mulher de jogador de futebol é maria chuteira, gente rica é fresca, político é corrupto, quem trabalha demais não tem vida, quem trabalha de menos não tem ambição.... Nada como uma julgadinha aqui outra ali... E se der pra ser o promotor, aí fica mais legal ainda, né?! Colocar uma lenha na fogueira é sempre uma delícia interna, que em pessoas mais 'normais' se traduzem numa culpa, e depois pra minimizar vira uma justificação e assim caminha a humanidade....

Bom, certo domingo fui convidada pra um casamento de um filho de alguém importante. Não, não vou falar o nome.... A mensagem que chegou por whatsapp dizia "vou casar e queria entregar o convite hoje a noite aqui em casa, vamos pedir uma pizza." Eu sou conhecida dessa pessoa... E já comecei a julgar, a achar que ia ser uma frescura, apesar de eu sempre ter ido com a cara dos noivos, mas eu já tinha o meu pré conceito, claro!  Obviamente eu pensei primeiro, cacilda não quero ir, não vou me sentir bem, não sou dessa galera.... Realmente não sou dessa galera.... Mas essa pizza foi um tapa com uma luva de pelica na minha cara arrogante de quem julga alguém sem conhecimento.

Todo mundo gente boa. Obvio que tem umas pessoas que eu não vou com a cara, mas eu sou assim e ponto final... Não tenho afinidade, etc e tal..... Mas a noite foi muito agradável e os tais pais importantes chegaram num determinado momento. Eu me senti num filme.... Eles estavam em casa, com um bando de jovens amigos dos filhos dando atenção pra gente, assim como a minha mãe faria, e a sua também! O pai dizia "putz, amanhã acordo às 6h pra dar ala na USP..."

Aquele casal de noivos bonitos, e que sempre fui com a cara, mais os pais "normais" causados pela segunda impressão (a primeira era da mídia) me fez querer fazer parte daquilo tudo, daquele casamento. E aquele casamento foi o casamento a que me referi no outro dia sobre a cerimônia lindíssima.

Festa lindíssima, como tantas outras que já fui. Noivos felicíssimos. Noiva que chorou muito, e eu também, coisa que não vejo tanto assim. Detalhes cuidadosamente escolhidos... Deus mora nos detalhes, e lá estava Deus, por todos os cantinhos, e eu fotografei todos esses cantinhos... Cantinhos de natureza.... Cantinhos de Deus mesmo!

Os pais que chamariam atenção ficaram na deles, deixaram todas as luzes sobre os noivos. Me diverti horrores.... Me senti muito bem, como há tempos em meio de tantos "desconhecidos" não me sentia.... Resumo da Ópera: pessoas são pessoas. Por mais "importante" que elas sejam, elas não deixam de ser pais e mães, tios dos amigos da escola, cuidadosos com o casamento dos filhos, receptivos com seus convidados.... E pessoas são pessoas.... Que julgam... Que pré julgam... Que tiram fotos dos detalhes (eu) e que pode ser chamada de brega por alguma outra pessoa que também me julga sem saber que eu amo flores.... É a vida...

Pra mim mais um ensinamento, que por um acaso um cara que nasceu há mais de 2 mil anos já dizia, não julgar os outros... Please!

By the way, como eu disse no começo esse post tá escrito há pelo menos 2 semanas, e hoje fui à Seara Bendita cujo tema foi Humildade. Acho que caiu bem pro título desse post.

terça-feira, 2 de julho de 2013

LUAna

Hummm como começar esse post? Estava eu fazendo as contas nos dedinhos e pensando há quanto tempo eu conhecia a Luana... Foi na sétima série, considerando que entrei na primeira série aos 6 anos isso quer dizer que na sétima eu tinha 12. Logo isso quer dizer que sou amiga da aniversariante do dia por 20, sim, eu disse VINTE anos! 

Quando eu era mais nova eu achava muito engraçado os adultos se referindo ao passando com tanto tempo.... Parecia que eu não ia nunca virar adulta... Também me lembro do meu pai dizendo, certamente em algum contexto que fizesse sentido, tipo quando mudamos de SP para Manaus, ou de volta pra São Paulo, que os amigos que ficavam mesmo eram os da faculdade.... Ficaram sim.... Mas a Luana ta aí, assim como outros amigos que continuam aí há tanto tempo!

Com a Lu - e o Alan - fui ao meu primeiro show! Paralamas do Sucesso, CD Vamos Bater Lata lá no Olympia, que acho que nem existe mais. A gente era amiguinha de nova, porque eu lembro que tinha idade mínima pra entrar de 14 anos, ou seria 16, mas a gente era um ano mais nova. Fomos acompanhados da mãe e da tia da Lu que ficaram no camarote enquanto a gente se achava grande lá na pista!

Os anos foram passando, muito próximas na escola.... A vida vai separando, mas a gente sempre teve esse laço que não precisa da freqüência pra se manter. Acho que nesses 20 anos a gente sempre se viu nos aniversários uma da outra, menos no de 30 que ela estava na Europa, e nesse que eu to podrinha podrinha.... Mas que fique claro que no geral ela faz festas aos finais de semana, sendo assim tenho um mini desconto, né?!

Esses aniversários aos finais de semana sempre tiveram muita alegria, muitos abraços, os pais da Lu, a Van.... O pai mais quieto e na dele, e a mãe que é a Luana. Com aqueles olhos verdes (só da mãe da Lu mesmo) e aquele jeito feliz de ser, de falar, de abraçar de levar a vida. 

A Lu é dessas pessoas leves, que sorri abertamente, que abraça com força, que é intensa. Sempre que estamos juntas me sinto melhor, e é sempre tão bom. Quase penso em tirar o pijama nesse momento... rs rs... Mas eu sei que a Lu estará brilhando, como sempre, e muito requisitada! Tô sozinha, tô cansada... Enfim....

Lu, toda a felicidade do mundo! Já nos falamos, mas não custa repetir. Pra você hoje eu levaria essas flores (se eu pudesse comprar desse tamanho), porque eu sei que você adora orquídea, e porque elas vivem muito, ficam intensamente lindas, ficam quietinhas, voltam.... Como algo que parece com a gente, não?!

PARABÉNS!!!!

domingo, 30 de junho de 2013

Um fim de semana na casa dos Ozores Pesente

Sexta feira a noite: chegamos minha mãe e eu já tarde, uma vez que teve operação comboio... Meu avô ficou feliz ao nos ver, estava bem humorado. A vovó já de pijama esperando a gente e "a hora de ir dormir".... Minha mãe ficou na sala junto com a enfermeira que estava naquela noite. Não sei se todos sabem mas, apesar de ter uma enfermeira é necessário ter um cuidador. Um cuidador dá um apoio a equipe do home care. Banho, troca de fralda, secreções que saem pela traqueostomia... Enfim... Não temos essa pessoa ainda, então temos nós mesmos, a família, e obviamente a minha avó não tem condição de fazer isso... Peguei uma cena fofa antes dela ir dormir, meu avô fazendo carinho no cabelo dela.... Passando a mão... Fico pensando se isso ainda existe.... Não falei uma palavra pra não quebrar aquele momento.

O Fisio levantando o vovô pra ir pra poltrona
Sábado: Laurinho como sempre - sim, ele não é desses idosos que acordam com as galinhas - dormiu até umas 10h.... Coincidentemente como eu que estava quebrada e capotei. Não é que ele acorda no melhor dos humores, não, viu.... Não fica muito afim de papo, e isso é só modo de falar dado que ele não está falando por causa da traqueo.... Pedi pra minha avó me fazer companhia enquanto eu tomava café, pra ver se fazia a senhorinha parar quieta um minuto... Só que ela não agüenta. Bom, sabíamos que em breve chegaria o fisioterapeuta e o ideal seria o vovô já estar de banho tomado... Meio mal humorado, que nunca foi o normal dele antes do AVC,  não é legal ficar fazendo coisas em ninguém, mas não tem alternativa.... Banho, na cama, sim, na cama, ele não tem condição de ir numa cadeira de rodas ainda pra tomar banho... Em breve terá! Banho... Corre pra secar a água que escorreu do banho. Balde, pano, lysoforme, seca tudo, aproveita e já higieniza a sala. E "dindon" chegou o Tiago, o fisioterapeuta. Ainda meio mal humorado e meio mole por causa do banho - imagino que deva ser a sensação de sair de natação, aquela molezinha... Aí lá vem alguém fazer o moço (Lauro) fazer exercício, nessas condições... Abri o piano que com toda a minha habilidade eu toquei um dó ré mi fá! kkkk.
Quando finalmente sentou e eu fiquei dando apoio...

Minha mãe tentou o bife e deu umas erradas... E minha avó finalmente chegou e deu um apoio pra minha mãe, aí ficava quase imperceptível o erro da iniciante com a ajuda da profissional... Ai ele despertou! Até que ele ficou bonzinho e fez o que pedíamos... Sentou na cama, eu de um lado e o fisio do outro, pra ele se sentir seguro.... Aí a pergunta "e ai, vamos pra poltrona?"... Sim, ele foi, o Fisio o levantou, ficou na frente (como fazemos quando seguramos um bebê que está começando a andar, mas na altura dele) e foi levando ele a passinhos baixos e devagarzinho até a cadeira. Eu fiquei muito feliz de ver essa cena. Eu já sabia que isso tinha acontecido, mas não tinha visto... Eu não sabia se tirava foto, se olhava, rs rs.... Tipo levantar o pé são 2 cm, um super evolução da semana passada quando ele apenas arrastava as pernas....
Mini passos, mamãe e vovó sempre do lado. De óculos Cá!!!

Ele tentava falar, e eu tentava ler os lábios e não conseguia, aí chamei o enfermeiro e perguntei se ele entendia.... Só que o enfermeiro também não entendeu... Meu avô riu de nós dois tentando entender e desencanou de tentar falar.... Na hora de voltar pra cama só o enfermeiro, eu e minha mãe... Insegurança... Mas deu certo. De repente ele mudou de humor. Ficou meio bravo. E a gente não sabe o motivo...

Fisio de novo. E ele continuava mal humorado, bravo.... Não sabemos o que acontece que causa essa mudança mega de humor... Mas acontece... E eu entendo porque afinal de contas todo mundo tem seus dias de "ovo virado".... Ele inclusive pede pra gente sair de perto, sério... Com a mão ele faz um gesto de tipo, sai sai.... Bem de repente ele ficou melhor de novo.... O fisio explicou também que o fato de estarmos "desmamando" do oxigênio (direto no buraquinho na traqueo), mesmo que controlando a saturação de oxigênio - percebam meu nível técnico que coisa linda - pode ter deixado ele mais confuso... Pode ser isso... Ou não... We never know....

Fomos a padaria pegar um pãozinho e no caminho encontramos o Arantinho, irmão do tio Luiz veio visitar e ele e a esposa ministraram johrei, um ritual da igreja messiânica, na qual o Arantinho é ministro e tem feito visitas freqüentes e poderosas, desde a época da UTI - esse pessoal de igrejas tem passe livre, até na UTI. Nessas horas nada como ter amigos e nada como ser alguém querido como Lauro Pesente. Meu avô tem super afinidade com a Rosangela e fica encantado olhando pra ela. Coincidência ou não o fato é que após o johrei ele ficou calminho....

Como na noite anterior minha mãe ficou na sala pro caso da enfermeira do home care precisar de ajuda essa era a minha noite. Trouxe meu colchãozinho e me deixei a disposição da Ana Paula. Madrugada tranqüila. Não fui solicitada.

Domingo: acordei com uma falação. Até a noite anterior umas 20h não sabiam ainda quem de fato iria cobrir o enfermeiro que costuma ficar lá em casa e não poderia hoje. Enfim, arrumaram uma moça. Ela chegou nervosa coitada. Atrasada, molhada de chuva... O caos.... Levantei, mesmo com aquele vontade de continuar dormindo que a chuva traz pra gente.... Vendo a moça molhada já tirei meu chinelo e dei pra ela.... Felizmente minha avó comprou uma secadora e ai eu emprestei uma calça pra moça e pus a roupa dela lá... Em meia hora tudo certo. Adoro tecnologia. Tomamos café da manhã juntas e nada da Faustina descer. Fiquei preocupada... Ela sempre levanta cedo, subi pra ver se tava viva... Ando meio neurótica mesmo... Acabei dando um susto nela coitada.... Minimamente consegui fazer algo por ela... Café pronto, mesa posta, leite quente.... Tudo bem e sem dor! Uhu!

Prepara tudo pro banho do vovô (na cama). Esquenta água, pega as bacias, faz isso, pega aquilo... Enquanto isso eu sai correndo pra tirar tudo do varal antes que a Faustina quisesse fazer isso. E o pior, ela me disse que tinha que passar os lençóis caso contrário não teria o que por na cama do meu avô... Passei meio rápido, e meio com medo dela achar ruim.... Sim, minha avó é dessas perfeccionistas, ela fez um curso do economia doméstica e só gosta do jeito dela de fazer as coisas. Eu que sempre fui mega feminista, que disse que não passaria camisa de homem nenhum me vi passando a camisa - do pijama - do meu avô, com todo o amor da minha vida... Faria isso todos os dias da minha vida se fosse preciso... A vida dá uns tapas na nossa cara. Acabei de passar. Acabou o banho. Prepara o balde com água, lysoforme, pra secar tudo. Quando chego na sala a cama já tinha um lençol! Minha avó tinha feito um draminha dizendo que não tinha lençol pra depois daquele banho.... No fundo eu acho que é fuga dela... Ela fica o dia todo fazendo um milhão de coisas, imagino que ela sofra tanto de ver meu avô assim que fica vendo a roupa bater dentro da maquina... Dobra tudo pra por na máquina de secar... Passa tudo.... Sei lá.... Pelo menos hoje não tinha dor....

Dupla acabada "assistindo ao jogo ITA x URU
Já aproveitei e passei o pano na casa toda - tudo isso em tipo 2 horas.... A gente pensa "ah, tem home care, ta susssa..." Não, não é bem assim. Chegou o fisio, fez uns exercícios que meu avô parecia não gostar muito, meio que apertando os pulmões, pra sair a secreção. O moço é super atencioso e calmo, e meu avô as vezes fica bravo mas eles se entendem. Conheço meu avô pelo olhar e eu sei que ele gosta desse moço. Fomos pra cadeira, eles foram, andando da mesma forma que no sábado.

Almoço, minha avó contratou umas quentinhas que uma família de nutricionistas faz porque ela não dá conta de fazer tudo. Pra se ter idéia acho que ela lava uns 3 lençóis e umas 2 toalhas de banho por dia, mais os panos de chão, mais os pijamas, não a toa precisou de uma máquina de secar roupas. Santos é úmido, inverno chegou.... Sem contar o fato de que a casa é antiga, e portanto o disjuntor não agüenta tanto equipamento, então não é só sair comprando, tem que analisar, e pra isso temos o santo Luiz, o genro que socorre em todos os momentos, e um dos homens de coração gigante que eu conheço.

Vovô na cadeira há umas três horas, no hospital isso não acontecia. Tio Wilson ligou dizendo que estava chegando... Seria necessário trocar a fralda. Sabiam que a fralda que meu avô usa tem uma lista que muda de cor quando está molhada? Sensacional! Dessa vez só três mulheres, mamãe, eu e a enfermeira.... Fizemos um bom trio. Vovô quis voltar pra cadeira pra esperar o Wilson Roberto. Imagina se ele ficaria deitado na cama?! Rs rs.

Com tio Wilson e tia Christina - Felicidade
Gente, quando ele viu a tia Christina e o tio Wilson a cara de felicidade dele era uma coisa linda! Deu pra ler nos lábios dele "saudades de vocês". Ele ficou muito feliz mesmo, parecia que ia levantar da poltrona a qualquer momento, mas ainda não consegue, né?! Chegou o fisio, e meu avô tentava falar, explicar, mas a gente não consegue entender, talvez a Rejane ou o Nego tenham mais facilidade com isso, pra mim tá difícil apesar de eu ter sido muito boa com o tio Ronal.

O fisio levou ele até a cozinha porque deu pra entender pelos lábios que ele queria ir pra lá. Fomos. Mas teve que fazer exercício e voltar pra sala, e ele pedia pra enfermeira ficar quieta pra ele ouvir a gente conversando na cozinha... Kkkkk.... Fomos pra lá e ficamos com ele. E a vontade dele de tomar café.... Se deixasse ele pegava a minha xícara e tomava, eu juro. Me dá uma dó! Me dá uma vontade de quebrar todos os protocolos e fazer só um pouquinho.... Mas....

Mas.... o fisio, que por sinal tivemos muita sorte, é o dono da empresa de fisio e terapia ocupacional, chegou a hora que tem que dar folga pros funcionários, e aí vai ele, que é mega (eu que acho) experiente, e diferente de todos os médicos deu a opinião dele:
- tem que ter paciência
- o prognóstico (recuperação) é bom
- pra um senhor de 80 anos ele está acima da média
- escada: nunca é bom pra idoso escada, tapete, etc, ao mesmo tempo, estar em casa é estar em casa....
- escada parte 2: não dá pra ficar com escada sem cuidador (e a Faustina nesse caso não vale)
- comida: ele não é fono, mas ele acredita sim que aos poucos e com paciência (primeiro item dessa lista) ele vai sim voltar a comer, e a gente querer matar a vontade dele agora, só um pouquinho, não faz bem. Ele até entenderia caso ele não fosse voltar, mas como acredita que vai voltar ele acha que não devemos fazer isso.

Hummm, é isso... Aí hora de voltar pra cama, aliás, foram quase 7 horas de cadeira, e isso cansa muito ele. Hora de me despedir, com ele dormindo é mais fácil pra mim, quando tá acordado ele me beija tanto e segura tanto a minha mão que quebra meu coração ter que puxar minha mão a força....

No carro minha mãe e eu. Silêncio. Eu queria chorar.... Queria chorar porque até outro dia estaria meu avô lá no portão dizendo pra ir devagar, colocar o cinto de segurança e pedir pra ligar quando chegasse. Mas lá estava a minha avó sozinha, quatro quilos mais magra, mandando um beijinho. Se eu falasse algo choraria. Acho que minha mãe sentia a mesma coisa. Acho que o tio Wilson sentiu a mesma coisa... Não ligamos o rádio. Quebrei o gelo tentando achar em qual estação estaria passando o jogo do Brasil... E de novo sofri... Sofri porque meu avô estaria vendo e torcendo. Sofri porque ele estaria feliz de a Itália ter ganhado e teria ficado feliz pelo fato de o Kaleo estar lá assistindo a final, e tenho certeza que ele ficaria procurando ele e a Jéssica no meio da galera....

Como neta eu não sei mesmo o que eu sinto. Se agradeço o fato dele estar vivo, evoluindo e ter toda essa opinião do fisio (to ficando com essa - tentando na real) ou se lembro do passado.... Posso lembrar do passado, só não quero sofrer com isso. Não quero ver ele sofrer tentando se comunicar e eu, e nem quase ninguém, conseguindo entender.... Não quero ver a minha avó se acabando, porque sim, ela precisa de ajuda, sim ela está carente, sim ela parece uma fortaleza mas ninguém agüenta ver a pessoa que se está junto há quase 60 anos (contanto o namoro) passando por isso de forma natural. Meus avós sempre foram parceiros, juntos, família. Nunca dormiram separados, menos quando alguma filha teve neném e minha avó estava na maternidade junto. Minha avó sofre... Tem caibras, tem dores - ok ela já tinha, mas antes o Lauro era a fortaleza dela... Agora ele é a preocupação dela, e por mais evoluída que ela seja ela ainda é humana.

É isso... Quis passar pra vocês a realidade, mesmo que por 2 dias e uns quebrados como tem sido a vida agora pro "núcleo" familiar. Melhor que no hospital, certamente, mas doído demais em alguns momentos e felizes demais em outros, prefiro ficar com os outros, apesar do meu estômago as vezes esquecer desse detalhe.

"E não sabendo que era impossível, foi lá e fez" - Jean Cocteau

A casa da minha avó está uma zona. Só 2 quartos tem cama: o dela e o menor 1 cama de casal e 1 de solteiro. Família, peço que se puderem façam uma visita. Saibam que meu avô tem que trocar fralda. Toma banho lá pelas 10h da manhã, faz fisio de manhã e de tarde e fono 3 vezes por semana. Tem que aspirar, tem que cuidar... Tem que um monte de coisa... Mas eu acho que meu avô merece muito ter mais vezes a felicidade que ele teve ao ver o tio Wilson e a tia Christina. Quem puder, please. Só lembrem que a vovó não pode ficar fazendo sala.... Ela precisa é de companhia.