Não me considero uma pessoa boazinha. Tenho pé atrás com um monte de coisa, coisas que a vida foi ensinando mas ando em dúvida sobre o tanto de pé atrás que as pessoas têm.
Outro dia duas amigas minhas me mostraram como eu sou ingênua pelo fato de eu ingenuamente - talvez - ter colocado a minha opinião no facebook a respeito do vandalismo que aconteceu no Leblon (Rio de Janeiro) na semana passada. Pra mim aquilo foi uma barbaridade. A tal loja que eu sequer sei o nome, e também não sei se é chique ou não, se o cara paga aluguel ou não, se tem um carrão ou não... Não sei, e isso nada tem a ver com o fato de eu ter ficado comovida quando vi aquele homem dando um depoimento com lágrimas no rosto. Pra mim não importa se foi a Globo, a CNN, ou qualquer blog cool que tenha divulgado isso, eu me comovi. Pra mim não importa se o que aconteceu foi armado pelo Sérgio Cabral, se ele é do bem ou não.
Eu me comovi porque eu me coloquei no lugar dele e fiquei triste, assim como ficaria talvez em pânico se entrassem na minha casa e levassem minhas coisas. Conquistadas por mim a maioria, ganhada um outro tanto, mas com o trabalho também de quem me deu. Nesse momento me lembro da época em que a minha mãe tinha posto de gasolina e assaltantes armados renderam o gerente e levaram todo o movimento do final de semana. A sensação dela? Desespero. Vendeu um dos dois carros que tínhamos em casa (para 3 motoristas) pra poder pagar as contas, e não é que vendeu no web motors, que vendeu bem, não, foi nessas lojas de rua e pegou o que pagavam. Pra quem foi esse dinheiro? Não tenho a menor ideia, mas o trabalho pra conseguir foi dela. Dane-se o bairro, o status, ou qualquer coisa que rotule as pessoas, é simplesmente se por no lugar ou imaginar que isso aconteça a alguém da família, já que é difícil demais fazer isso pra algumas pessoas.
Agora me emociono com o Papa no Brasil. Fui com a cara dele de cara, tem um carinha de avô bonzinho... Enfim, me emocionei e a besta foi de novo colocar isso no facebook. Muita gente achou legal, comentou positivamente, mas já ouvi gente dizendo que isso é marketing! Oi?!
Na boa, daqui a pouco nem eu vou acreditar mais em mim mesma... Vou achar que eu sou uma mentira, que na verdade não tenho 1,57m, e nem que sou filha dos meus pais porque tudo é motivo pra desconfiança, talvez nem seja eu quem esteja escrevendo esse texto. Todo mundo "tantan".
As pessoas acham pouco do choro do homem. As pessoas acham que o Papa precisa fazer marketing.... Marketing. Nem católica eu sou, mas qualquer pessoa minimamente com noção sabe que os padres e as freiras abdicam de muitas coisas quando decidem seguir essa vida. Isso nem precisa se esforçar pra saber, basta olhar no google - o mundo virou procurar no google, né?! Eu nem sabia nada sobre os Franciscanos e nem sabia que o nome tinha o tal significado que tem de humildade que esse Papa Francisco demonstra claramente. Fico me questionando se as pessoas não tem mais o que fazer. Achar que um senhor faz isso tudo por marketing sendo que ele já está no nível mais alto da igreja católica. A quem ele precisa agradar? Tipo assim, ninguém, ninguém! E as pessoas acham que é marketing.
O inferno são os outros... Esses outros que ficam sempre vendo o lado ruim de tudo - lembrando que não sou boazinha e nem mega otimista. Esses outros que não conseguem olhar pro próprio umbigo e perceber que tem algo errado neles que não conseguem sequer ver que as coisas podem ser mais simples, que o mundo não se resume a carros blindados, a medo de terrorismo, a bônus no final de ano, a varandas gourmet... Que a vida um dia vai passar e vai restar essa imagem marqueteira - porque isso sim é marketing - vazia... Bom para aqueles que conseguem deixar algo pra ser lembrado com orgulho.
Vou por meu óculos cor de rosa de novo. Tchau pra quem vê tudo em preto e branco.
Boa Gá!!!!
ResponderExcluirBeijão.