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terça-feira, 21 de março de 2017

Aquele pensamento pré Mega Sena: e se eu fosse bem rica?

Outro dia eu estava em casa pensando o que eu faria se eu não precisasse trabalhar. Rapidamente minha mente mudou o rumo e se questionou o que eu ia querer fazer se tivesse muita grana, tipo Mega Sena. Pode parecer mentira mas não visualizei grandes mudanças na minha vida, não. Claro que alguns ajustes seriam feitos....

Eu ia parar com essa mania de querer o céu, porque simplesmente iríamos morar numa cobertura. Nada gigante. Nada que precisasse de empregada todos os dias - não consigo nem imaginar minha vida com alguém enfiado em casa todos os dias. Todos os dias. Eu gosto de tomar café da manhã de camisola... Não dá pra ter gente diferente em casa todos os dias. Mas que eu queria poder olhar pra cima e ver o céu, ah como eu queria. Não queria ofurô, nem piscina, nem nada disso. Queria ter um chuveiro, uma espreguiçadeira e meus temperos plantados em vasinhos. Queria muito também ter gancho pra pendurar umas 3 ou 4 redes. Porque rede nunca é demais. Sério, cobertura parece ostentação, mas eu só queria um quintalzinho, e como tenho medo de casa em SP tem que ser cobertura. Pronto. E sim eu queria morar em SP mesmo.

Certamente não teria um carro com tanta batedeira como o atual. Rsrsrsrsrs. Ele tá velho coitado. Mas não quebra, e tem ar, direção, automático. Tá ótimo. Não preciso muito mais que isso.... Mas se tivesse muito dinheiro eu não ficaria pensando que o IPVA + o seguro + a manutenção + o valor de se trocar de carro com frequência me custariam uma viagem internacional... Sendo assim é provável que eu finalmente tivesse um SUV blindado. Pronto.

Viagens... acho que viajaria mais. Tipo todos os feriados, e dane-se se custa o dobro. Dinheiro serve pra gastar. Tipo todos os finais de semana de sol no litoral norte mesmos sabendo que a pousada muitas vezes é mais cara que o RJ nas Olimpíadas... Dinheiro serve pra isso.

E é isso. É isso. Não queria ter um barco, uma casa na praia, outra no campo. Nem ia querer esquiar. Nem jogar tênis. Nem ter um carrão desses que fazem barulho. Nem precisaria ter bolsas de marca, nem closet gigantesco. Mas pensando bem eu só ia comer orgânicos. Dane-se que a couve flor custa R$ 8 (se pensar bem é o mesmo preço do Nespresso em muito restaurante).

"A vida é feita de pequenos prazeres" - Fonte: algum instagram aberto

É sério isso. Quem me conhece sabe como é sério isso. Mas a parte mais legal desse exercício foi concluir que: eu já sou feliz! Há! Porque essas coisinhas que eu mudaria são coisinhas. Não são estruturais na minha vida, são acessórios... E quem não percebe o que é de fato importante fica correndo atrás do próprio rabo... Acha que merece um carrão, ai compra o bendito. Ai tem que trabalhar muito mais pra pagar a prestação do carrão. E se fosse só carro tava bom, né? Carro, apartamento, etc e tal. Não faz nenhum sentido pra mim.

E antes que alguém pense "ah, ela fala isso porque não pode ter coisas caras", vamos a um exemplo prático: atualmente, mesmo podendo consumir máscara de cílios da Lancôme com um belo desconto, eu continuo usando Maybeline no dia a dia. Não preciso mais que isso. Tomo banho toda hora, ponho e tiro a maquiagem toda hora. Pra que ficar usando algo 3x mais caro só porque tenho acesso a esse tal desconto? Pra quê?

Então se eu fosse bem rica é capaz que não me preocupasse [muito] com o valor da garrafa de vinho, mas acho pouco provável que algum dia na vida eu deixe de raciocinar sobre o preço das coisas. Também teria um armário maior, e teria coragem de ter uma Chanel, tudo no armário da tal cobertura com o céu. E eu estaria sempre bronzeada [isso sim me faz mais feliz]. Certamente eu comeria em restaurantes animais toda semana. Mas eu juro que eu não acho que seria de verdade MAIS feliz. Seria apenas menos preocupada com o futuro, não mais feliz, porque eu acredito mesmo nas pequenas felicidades. (Vide o instagram que mantenho junto com uma amiga @pequenas_felicidades).

Li outro dia a seguinte frase e achei perfeita: "a sensação do 'eu posso ter, mas não quero' é libertadora a partir do momento que você se dá conta de que pode - e deve - escolher só o que tem sentido pra você" - Miriam Goldenberg na Revista Vida Simples.

Achei uma boa reflexão pra dividir.

No fim das contas o que eu quero mesmo é ver o céu deitada na rede. ;-)


quarta-feira, 8 de março de 2017

É nossa responsabilidade sim!

Dia 08 de março sempre foi um dia agradável pra mim. Meu pai sempre nos presentou - a mim, minha mãe e irmã - com flores, ou saíamos pra jantar, ou algo especial por ser o dia internacional da mulher. Nos dias mais empolgados ele chegava até a ligar pra mulherada da família. Eu sempre achei isso muito legal.

Meu pai, filho da minha avó que sempre trabalhou pra dar conta de cuidar de 4 filhos. Meu pai, filho do meu avô que sempre lavou a louça, ou que preparava o café da manhã, ou que já ia amassando a batata pra minha avó fazer o nhoque. Meu avô trabalhava fora e sempre foi um homem da casa. Minha avó trabalhava fora e sempre foi uma mulher da casa.

Exemplo sempre foi o melhor caminho pra formar alguém.

Hoje é de novo dia 8 de março e num mundo onde escuto das mulheres que os maridos as "ajudam" em casa também escuto que o dia internacional da mulher é mais uma forma de machismo (!!!).

Acho um saco essa mania de ficar criando polêmica pra tudo - essa de dizer que o dia internacional da mulher é machismo, por exemplo - quando na verdade só não sabe quem não quer [se informar] que as mulheres estudam mais que os homens, trabalham mais e ganham menos, assumem as atividades da casa numa jornada tripla de trabalho. Isso não é se vitimizar, isso é um fato.

São as mulheres quem correm com os filhos pro hospital quando eles estão doentes e se viram pra explicar pro chefe que criança tem febre de forma imprevisível. As mulheres ocupam menos cargos de liderança. São as mulheres que tem mais dificuldade de encontrar emprego porque, 'você sabe né, mulher engravida'. E pode até ser que isso não aconteça ao seu redor, ou pode até ser que você apenas ache que isso não acontece com você, mas todo mundo sabe [ou apenas aqueles que olham a sua volta] que o mundo não é o nosso umbiguinho. Sabemos bem que SP não é Brasil, sabemos bem que não temos problemas reais quando comparado a maioria desse mundão.

Que nesse 8 de março a gente saiba que os elogios que recebemos pelo dia internacional da mulher refletem o caminho de muita gente que já lutou pela igualdade, mas que tem muito ainda pra ser feito. E que a gente tenha sempre em mente que somos responsáveis pelas pessoas que somos, pelos comentários que velamos, pelas respostas que calamos, e principalmente, pelos meninos e meninas que educamos ou educaremos.



Foto: tirei de uma matéria do O Globo, que mostra NYC nesse dia internacional da mulher. Link:
http://oglobo.globo.com/economia/dia-da-mulher-menina-destemida-colocada-junto-touro-de-wall-street-21029137

segunda-feira, 6 de março de 2017

Ansiedade

Imagem - Google Images

É o que me faz estar pensando nesse texto desde 15/12/16 [sem conseguir escrever uma palavra por uns 60 dias] quando a Aline me sugeriu esse tema. Ansiedade é o que me toma por dentro quando vejo possibilidade de comprar um voo internacional que custa poucas milhas sem saber se vou poder tirar ferias - atualmente sem saber se vou estar trabalhando. É a sensação que antecede a primeira garfada em um almoço em que eu cozinhei para convidados. É o frio na barriga dos primeiros encontros.

É a véspera da entrevista de emprego. É o momento anterior ao "publicar" um post por aqui...

Acho que nasci ansiosa e por mais que eu controle bem melhor as emoções agora eu tenho plena consciência de que apenas disfarço melhor. Autoconhecimento é tudo, né?! Rsrsrs, nem vou tentar me enganar que a terapia funcionou completamente, que a respiração do yoga consegue me baixar a bola ou que correr uns 5, 6, 7, 8 ou 9km vão tranquilizar totalmente a pessoinha aqui. Talvez eu devesse voltar para as meia maratonas, será?!

Basta o som do whatsapp apitar mais de duas vezes pra já me dar um siricutico interno. Quero muito saber o que está escrito ali. E na maioria das vezes é nada de demais, mas mesmo assim eu quero saber. Só piora se for um audio e estiver num ambiente que não posso ouvir.

É quando a gente sente uma coisinha estranha no seio... E toca... Sente, toca de novo... Manda mensagem pra médica que diz pra gente ficar calma. É estar em pânico até o resultado do ultrassom sair e você descobrir que era apenas gordura. Ufa.

Ansiedade é sofrer por antecipação. É não conseguir controlar os pensamentos. É não estar 100% no presente. É ler uma página inteira de um livro e não ter absorvido nada porque estava pensando em outra coisa.

Ansiedade é achar que um pote de sorvete vai acalmar nosso coração, né Aline?

A cada exemplo que cito fico pensando que há uma definição melhor que ansiedade pra isso, medo, angústia, sei lá.... A cada toque no teclado do meu computador, por mais que eu saiba que ansiedade me faz mal, eu começo a aceitar tudo isso. Enquanto escrevo eu vou ficando cada vez mais tranquila, porque penso em quão humanas são todas essas sensações e, eu praticamente me perdoo pelo sofrimento que me causo... Me entendo... E sei que muita gente vai me entender também porque tem coisas que simplesmente são assim, humanas.

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Eu poderia parar o texto ali no "humanas"... mas... Lá vem aquele toque de Gabriela insuportavelmente humana para finalizar a bagaça: 

E também me perdoo porque não tem nada mais chato que gente morna, estável, reta e sempre controlada. 

Claro que eu tinha que acabar com toda a elegância, né?! kkkkkk.

quinta-feira, 2 de março de 2017

"é que não te dei um beijinho de boa noite..."

Lembro como se fosse hoje do meu pai me dizendo pra que eu aproveitasse as minhas avós, porque eu sentiria falta delas - mal sabia ele que eu sentiria falta dele antes... mas vamos que vamos. Pensei nessa fala dele durante diversas vezes da minha vida. Tenho 35 anos, 2 avós e 1 avô.

Tenho 35 anos e já sinto saudades de 2 avôs e 2 avós.

Lavo a louça com os olhos cheios de lágrimas após uma conversa com a Faustina. Penso na vida dela,  nessa rotina difícil de ter o marido numa cama depois de um avc. Penso como é ser a última irmã viva. Penso como é não se lembrar exatamente o que aconteceu na vida de cada irmão. Penso como é se sentir sozinha depois que a filha e os netos vão embora do fim de semana. Penso como é não conseguir dominar o corpo.

Quebro um copo, e fico feliz por não ter sido uma taça de cristal, presente de casamento da Clementina, ufa. Recolho os cacos, e dou mais uma pensada na vida. Organizo a mesa do café da manhã. Volto pra sala e vejo minha avó rezando na cama com o meu avô. Tenho vontade de chorar, mas finjo que está tudo bem. Dou um beijinho nele, e subo.

Ela vem devagarzinho na sequência, com dificuldade pra subir cada degrau. Dá um 'beijinho de boa noite' em mim e outro no Renato. Ela conta como a gente alegra o seu coração, porque a 'solidão mata'. Digo que fazemos muita bagunça isso sim. Disfarço.

Me tranco no banheiro e esqueço que é terça de carnaval. Choro sem dó... Lavo o rosto. Choro. Escuto:

"Bi?"

respondo: oi, já to saindo

"Tá, é que não te dei um beijinho de boa noite..."

Ela esqueceu...

Saio do banheiro escovando os dentes, pra disfarçar a minha cara de choro, entro no quarto da minha avó que não percebe a minha presença e também está escovando os seus dentes. Minutos depois ela se vira, me vê e diz:

"também estava escovando os dentes, hehehe. Boa noite."

respondo: boa noite vó, até amanhã.

"até amanhã, se Deus quiser, dorme com os anjinhos"