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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Sobre auto-conhecimento, felicidade e exercícios

Saio da academia num domingo às 14:30 sob olhares de estranheza. Cruzo com pessoas que foram almoçar no shopping e dão aquela olhada na minha roupa de ginástica e na minha super garrafa de água. Consigo imaginar o que passa na cabeça delas, que deve ser bem parecido com o que eu pensava há uns anos...

Eu achava que ir a academia todo dia fazia a pessoa ficar seca, nada de gordura (ahammmm). Achava que quem ia a academia aos finais de semana só podia ser neurótico ou que não tinha mais nada pra fazer. Achava musculação chatíssimo, mesmo sem nunca ter feito uma série. E que quem fazia muito exercício com peso ficava monstro de grande.  Achava que gente de academia era fresca e chata.

Mantenho meu ritmo 'devagar e sempre' e assim meu número de calça jeans quase nunca aumenta. Com um orgulho que é só meu sei que aos 34 anos estou melhor que aos 25. Meu percentual de gordura em 2006 era de 28% e em 2015 era de 19%. [Parei pra pegar o relatório da nutricionista que mede com aquela pinça maldita: são 8,9 kgs a menos de gordura e 4,3kg a mais de massa magra]. Caraca dá até uma coisa pensar que tinha quase 2 sacos de arroz a mais de gordura nesse corpo de 1,57m! rsrsrs.

Escuto algumas pessoas falando da minha disciplina e de como sou um exemplo... Já pensei muitas vezes nisso e concluo que não é isso. É auto-conhecimento. Quase egoísmo. Eu sei que isso me faz bem. Eu sei que sou mais feliz quando eu faço o que eu quero, e eu sei que só me arrependo de não fazer exercício, nunca me arrependo de ter feito...  Além de ser parte do que acredito, as tais pequenas felicidades....

Uma pequena felicidade importantíssima pra mim é cuidar de mim. Seja fazendo exercício, seja tomando sol na laje, seja cozinhando uma comida bem natureba, seja tomando um espumante muito gelado numa quinta a noite, seja ficando sozinha. Quando vou a academia cuido de mim, e saber que eu faço isso só pra mim me deixa mais feliz. Soa egoísta, mas me sinto bem.

Sou muito "just do it" pra exercício, vou lá e faço, mas percebi com o tempo que assim eu vou dançando com a minha genética em vez de só brigar com ela. Eu sei de onde eu vim, eu conheço a minha herança corporal.Tenho uma família que ama comer, e eu amo comer. Eu amo glúten e amo lactose. E adoro drinks. E só comemoro com comida, e me recompenso com comida também. Teria de tudo pra ter aumentado aqueles 9kgs de gordura: mais idade, mais problema, mais trabalho, mais stress, mas a minha fuga é parar um tempinho por dia pra mim, pra mim o melhor custo benefício é fazer academia. Just do it.

E hoje nesse domingo como qualquer pessoa normal eu enrolei pra ir. Ponderei que já tinha feito exercício 5 vezes essa semana. Pensei se não seria melhor primeiro almoçar e depois ir. Pensei que o dia estava nublado e bom mesmo seria ler um livro. Olhei o facebook. Pensei que como eu bebi ontem eu não renderia hoje. Olhei o instagram. Me arrependi de não ter ido ao show dos Rolling Stones. Pensei que como o almoço seria macarrão o ideal era ir fazer academia depois, afinal seria um ótimo pré treino. [Pausa pra verdade: essa era uma forma perfeita de eu ir jogando pra frente, pra acabar desistindo e concluir que hoje é domingo e que eu não preciso ser tão neurótica assim. E enquanto isso ia chegando as 17h e academia fecharia e ai não ia ser culpa minha a Body Tech estar fechada. Minha cara isso. Auto-conhecimento é tudo nessa vida]. Olhei o instagram de novo e lá estava o vídeo do bolo que minha mãe fez pro aniversário da minha cunhada. Creme branco, morango e chocolate. Click. Pensei que fazer 40 minutos de musculação ia dar uma ajudada a queimar esse bolo que vou comer depois de matar um hamburger mais tarde. Troquei de roupa, tomei um BCAA e enchi minha garrafa de água.

Quinze minutos pra ir e quinze pra voltar. Quarenta e cinco minutos de treino. Pouco mais de uma hora do meu domingo. De boa total. Volto dirigindo e dançandinho alguma música pop que toca no rádio. Pondero comigo mesma que essa alegriazinha só pode ser coisa dos hormônios gerados pelos exercícios que fazem essa gente de academia. =)

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Um mergulho ou Eu que sempre detestei dinâmicas de grupo...

... sempre detestei o primeiro dia de aula, ou o primeiro dia do trabalho, ou qualquer situação de interação forçada com as pessoas. Sempre fui muito mais filha da minha mãe que do meu pai nesse aspecto... Sempre fui tida como tímida, chorava pra não frequentar as aulas de balé, chorava em todos os parabéns pra você, e detesto até hoje todas as situações de socialização com muitos desconhecidos.  O que não me impede de forma nenhuma de puxar papo com alguém que eu queira, de ser simpática na fila do supermercado, de contar a minha vida pra alguém, de escrever sobre meus sentimos por aqui, de ficar horas conversando com alguém que fui com a cara....

Voltando às dinâmicas... Na época dos estágios sempre tinha esse exercício que eu detestava. Detesto até hoje (to repetindo muito isso, né?! rsrsrs). Por muitas vezes depois da fase da dinâmica de grupo eu recebia a notícia de que eu não tinha passado pra próxima fase... Não tinha o perfil da empresa... Sempre achei muito superficial essa forma de selecionar pessoas. Sempre tive dificuldade de acreditar que é possível saber se um candidato tem ou não perfil em tão pouco tempo...

Como a vida é boa, e como o universo coloca a gente em contato com as pessoas certas... E como os livros nos escolhem cá estou lendo o meu queridinho atual "O poder dos quietos" - Susan Cain, que ganhei da minha antiga analista que se mudou do país. Acabei de ler o trecho abaixo. Ele me fez parar de ler pra escrever isso. Pra por pra fora o que vem a minha cabeça quando estou na maioria das vezes sozinha. Pra escrever quase como uma psicografia, sem dificuldade, sem ter que ficar lendo duas ou três vezes... O oposto do que sou no trabalho quando empaco se tem muita gente em volta, ou muito barulho, e preciso colocar um fone de ouvido e voltar pra minha concha.... Adoro a minha concha!

"William também identifica o treinamento em liderança como o benefício principal do aprendizado cooperativo. Na verdade, os professores que encontrei pareciam prestar muita atenção às habilidades de administração dos alunos. Em uma escola pública que visitei no centro de Atlanta, uma professora da terceira série apontou um aluno que gostava de 'fazer tudo sozinho'. 'Mas o encarregamos da patrulha da segurança um dia, e ele teve a chance de ser um líder também', assegurou ela.

Essa professora era gentil e bem-intencionada, mas me pergunto se o jovem agente de segurança não estaria melhor se apreciássemos o fato de que nem todos aspiram a serem líderes no sentido convencional da palavra - que algumas pessoas querem se integrar harmoniosamente ao grupo e outras querem ser independentes dele. Muitas vezes, as pessoas mais criativas estão na última categoria. Como Janet Farrall e Leoni Kronborg escrevem também em Leadership Development for the Gifted and Talented [Desenvolviemnto da liderança os dotados e talentosos]:

Enquanto os extrovertidos tendem a alcançar a liderança em domínios públicos, os introvertidos tendem a alcançar a liderança nos campos teóricos e estéticos. Líderes introvertidos excepcionais como Charles Darwin, Marie Curie, Patrick White e Arthur Boyd, que criaram novos campos de pensamento e rearranjaram o conhecimento existente, passaram longos períodos de suas vidas na solidão. Logo, a liderança não se aplica apenas a situações sociais, mas também ocorre em situações mais solitárias como o desenvolvimento de novas técnicas nas artes, a criação de novas filosofias, a escrita de livros profundos ou a inovação científica."

Fecha aspas! Clap clap clap. Muito longe de querer me comparar a qualquer um desses líderes, acho que nem sou tão introvertida assim... Pra mim é bem importante como pessoas pensantes fazermos questão de olhar além desse tipo de rótulo. Acreditar que todos temos que ser iguais, seguir um padrão sem questionar, sem olhar em volta me parece burrice. Trabalhei com um cara que dizia "não aceito discussões rasas". É isso. Me sentindo muito acolhida por esse livro!