Dessa vez foi diferente. O casamento foi numa capela. Primeira vez que entrei. Diz superstição que quando se entra a primeira vez numa igreja fazemos um pedido, ou três, sei lá... Fiz um só... Que vale por todos que eu consigo pensar, alias, to achando que vou começar a entrar mais em igrejas. Brincadeira...
A decoração estava lindamente predominantemente branca, e chegamos enquanto ainda havia pouca gente, o que me deu tempo de parar, rezar, pedir, e chorar..... Aquele São José branquinho ali me olhando, naquele lugar onde em alguns minutos dois amigos se casariam e chorariam assim como eu estava chorando, por outros motivos, é claro.
O Padre muito jovem foi o mesmo que casou o irmão mais velho desse amigo que se casava. Falou sim sobre a língua dos anjos, mas usou comparações lindíssimas para falar o que era o matrimônio de verdade. E ele, na sua humildade - adoro quem entende que tem gente que não se casa, e que considera a vida dois um verdadeiro casamento, no geral não é muito a cara de um padre falar isso - disse que o matrimônio não era estar ali, na igreja, se casando. Ele disse que o matrimônio era viver junto, era estar lá para o outro. Nessa hora peguei a mão do Rê, que mesmo sem um matrimônio oficial está aqui do meu ladinho e vem passando por poucas e boas comigo. O Padre também falou das simbologias do casamento, da aliança... "Pra começar ela é feita de um metal precioso (...) e cada uma tem um tamanho." Metal precioso pra dizer que o matrimônio é sagrado perante Deus e que cada aliança tem um tamanho para que os que decidem por viver juntos saibam respeitar as diferenças um do outro. Nessa hora olhei pros pais do noivo consentindo com a cabeça... Aquele sim de quem concorda e de quem sabe o que é isso porque estão juntos há anos. O Padre falou de liberdade, respeito, amizade, não julgamente... Falou de sempre manter aquele metal precioso bonito. Não deixar sujar. Limpar sempre aquele amor. Reconquistar e se escolher novamente a cada dia. Nessa hora ele me pegou de vez. Tem uma frase da Lya Luft que fala exatamente isso, mas eu não estou com o meu livro aqui.... Ela diz isso, que o segredo do casamento de um casal de amigos deles foi que a cada dia eles se escolheram novamente. Tem coisa mais linda que essa? O livro é Perdas e Ganhos, caso alguém queira ler.
Enfim... Chorei. A noiva também chorou, aliás, estava lindíssima. Numa simplicidade exuberante, se é que isso existe, e o pai dela trocava o lencinho de papel que ela estava usando pra que secasse as lágrimas que corriam na emoção.... Naquela hora do "Eu te recebebo...." ela não teve que escutar o Padre. Ela foi direto. A voz parecia embargar... Estava embargando, de emoção. Os dois estavam radiantes, o dia estava lindo e eu queria ter gravado tudo pra conseguir lembrar de mais detalhes que certamente me marcaram tanto naquela cerimônia.
A festa?! Bem... Essa fica pra outro post, porque também mereceu!
Parabéns aos noivos!
Lindo, Gabis!
ResponderExcluirRobs