“O que mais me intriga é a questão do poder. Quero entender o que falta para nós, brasileiras, sentirmos o poder que temos. Porque a mulher já tem o poder objetivo: no trabalho, em casa, tem independência financeira. Mas sente uma miséria subjetiva, um vitimismo.”
Falando sobre as alemãs “Gosto desse jeito firme de ser mulher. E dá pra continuar sendo feminina, delicada, suave como é a brasileira”.
“A sociedade está introjetada na mulher. A antropologia ajuda a compreender que o que você pensa ser um fracasso individual na verdade é um problema coletivo, cultural (...) Às vezes a gente acha que está fazendo uma escolha, mas é a cultura dentro de nós escolhendo. Quando dá um clique, você começa a fazer escolhas dentro do que a cultura oferece. E hoje, na cultura brasileira, as mulheres já têm mais poder de escolha.”
“Não sou 100% feliz, tenho uma tristeza permanente. Mas até agradeço essa tristeza, porque consegui, apesar disso – ou por causa disso -, ter a vida que escolhi (....) É uma tristeza crônica, mas que não atrapalha a minha vida porque não sou deprimida (...) Acredito que essa tristeza me alimenta pra ser quem eu sou, para ter a sensibilidade pra escrever o que escrevo. Sei que vai passar. E, ao mesmo tempo, sei que nunca vai passar. Aprendi a conviver com isso (...) Prefiro viver de verdade, mesmo que seja duro, do que tapar ou mentir.”
Quando comentava que os homens dizem que as mulheres precisam ser mais leves: “O que é ser leve? Lógico que quero rir mais, quero ser mais feliz, me divertir, quero uma relação gostosa, sem brigas. Se isso é ser leve, ótimo. Mas se ser leve é aquela pessoa sempre sorridente, que não desafia, que não quer uma relação instigante, aí nunca vou ser leve”
“Às vezes penso como deve ser gostoso não ter que o tempo todo ter idéias inteligentes. Gosto muito de fazer o que eu faço, mas é como se nunca relaxasse.”
“Já as mulheres que pesquiso invejam nos homens principalmente a liberdade e fazer xixi de pé (risos). E, quando perguntei para os homens o que invejam nas mulheres, eles disseram: ‘Nada’.”
“O mais importante para mim, em qualquer tipo de relação é o respeito. Muita gente se torna o seu pior num casamento. Vejo muito casal com aquelas provocações, picuinhas. Vai aumentando e eles nem percebem.”
“Meu ideal dialético: é a junção da liberdade da Simone de Beauvoir com a felicidade da Leila Diniz. Mas já sei que só posso ser inteira a Miriam Goldenberg”
Na íntegra em: Enfim Livre - revista TPM
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