No dia das mães com os netos |
Ontem foi aniversário do meu avô Lauro, e eu estava realmente emotiva pra escrever qualquer coisa. Muitas mensagens de aniversário pra ele em um grupo da família Ozores que temos no whatsapp me deixaram com aquele nó na garganta, e obviamente quando eu liguei pra falar com ele continuei engasgada.
Depois de um ano com o meu avô pós AVC é praticamente impossível dizer que as coisas estão iguais. Não estão e provavelmente não ficarão. A evolução do meu avô é homeopática, mas é evolução. O carinho que ele demonstra pela gente tem doses cavalares, e assim ele é retribuído. Na verdade eu acho que o amor que damos pra ele é normal, mas com os comentários das pessoas parece mesmo que fazemos mais que a média. Mas no fundo é maior que a média porque meu avô é acima da média. A família é acima da média.
Aprendi com a experiência traumática - e pra mim meu avô de quase 80 anos sofrer um AVC, ficar muito mal e quase morrer é uma experiência traumática, apesar de muita gente considerar isso "natural" com um avô, com essa idade. Voltando, aprendi com essa experiência traumática que a minha família é realmente a coisa mais importante da minha vida. Pode parecer clichê, e provavelmente quem ler isso vai achar que a sua família também é a mais importante… Talvez quem conheça a minha família concorde comigo… Quem conhece meus avós também concordará, mesmo que em partes.
Minha família sempre foi muito unida. Sempre foi uma mistura entre a família do meu pai e da minha mãe, sempre foi uma confusão. Quando meu pai morreu meus avós praticamente se mudaram pra casa da gente pra dar o apoio que podiam dar, que foi gigante. Meus avós que sempre fizeram tudo pelas filhas e pelos netos continuavam a fazer o impossível pra que aquele buraco ficasse um pouco menor. De apoio emocional a financeiro eles fizeram tudo.
E tudo quer dizer tudo. Meu avô que se tornou avô jovem e brincava com os netos de cavalinho se tornou um senhor, mas continuava o exemplo. Quando eu passei na faculdade ele fez questão de me ensinar o caminho que eu teria que fazer de ônibus. Foi comigo no horário da aula, afinal eu precisaria me programar pra chegar a tempo, sem atrasos. Meu avô foi firme ao não me ensinar a dirigir pra que eu aprendesse na auto escola sem vícios, e nunca titubeou ao me deixar dirigir seus carros (sempre um xodó). Vira e mexe faço coisas que aprendi com ele, e seria impossível ser uma pessoa que não cumpre horários e não é comprometida sendo neta do Lauro Pesente.
Eu amo essa foto! Ele sempre ri, mas adoro essa careta! |
Hoje quando dizem que o amor que damos ao meu avô é o que o faz evoluir eu fico pensando que por mais que façamos isso de verdade também é o mínimo que esse homem merece. O mínimo que a minha avó merece é ver o seu marido há mais de 56 anos sendo bem tratado, bem cuidado e mimado mesmo pela família que eles construíram. O mínimo é eles verem que a gente aprendeu o que importa, que a gente entendeu essa lição que parece tão óbvia mas que não é.
Pra finalizar, eu não poderia deixar de copiar parte do que a minha mãe escreveu no facebook e eu achei lindo, concordo totalmente e não conseguiria escrever melhor: Vô, que você continue sendo abençoado todos os dias pra eu ter a felicidade de continuar sentindo seu amor.
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