Nem sei por onde começar esse ano.... Se tivesse que ter uma
palavra acho que seria mudança, ou tudo de cabeça pra baixa, ou loucura,
impaciência.... Teve tudo isso.... Tudo. Reforma de apartamento que me deixou
mais louca do que qualquer outra coisa na minha vida. Teve síndica maluca,
vizinha insuportável, pintor atrasildo, marmoraria idem....
Teve mudança de trabalho. Pense numa pessoa que chorou o
caminho inteiro da Vila Olímpia pra casa (ainda era a casa da mãe). Pense nessa
mesma pessoa lendo os recados deixados no meu álbum de despedida, chorei da primeira a
última página. 7 anos de vida intensa, de amizades, sim amizades dessas que eu
amo e que vou fazer de tudo pra que continuem mutuas. 7 anos onde todo mundo já
conhecia o meu valor. Mas 7 anos são 7 anos, e mudar é preciso... E sair do
conforto é uma das coisas mais difíceis que eu conheço.
E chegar no trabalho novo? A qualquer momento parecia que eu
ia pegar meu carro e voltar pra VO. E acostumar a não ter as mordomias antigas
(academia no prédio, vaga na garagem cobertinha, banco no próprio prédio), e
não me deslumbrar com as novas mordomias... Cara quem tem uma copa com pessoas
fofas, educadas, e prestativas pra servir um cafezinho, e uma geladeira com
suco, fruta, requeijão.... E armário com bisnaguinha – pra quem me conhece sabe
a minha dificuldade de resistir a bisnaguinha com requeijão, e pra quem me
conhece mesmo sabe que eu sou neurótica e que eu sei que uma bisnaguinha é uma
porção de carboidrato, que é a mesma coisa que uma batata, ou 3 colheres de
arroz branco, ou 4 de arroz integral, ou meio pão francês. Louca, eu sei....
Aí acho que um mês depois me mudei da casa da minha mãe pra
morar com o Re. Eu sei que só queria que tudo acabasse, reforma, gastos, e só
queria ir logo pro Apê. Mas e ir embora da casa da minha mãe? Chorei o caminho
inteiro de novo. Por ir embora, por deixar minha mãe, pelas lembranças da casa,
por tudo.... Nossa Senhora.
Bom mudamos e vivemos todas as fases legais do começo de um
casal que não tem grana pra começar com toda a infra.... Jantamos na caixa de
micro ondas como mesa. Ligamos o mesmo micro no raque, já que não tínhamos TV
ainda... Usamos a mesinha da área externa da casa da minha mãe e as cadeiras de
boteco da Brahma, e são elas que estão lá até agora, e por mim ficam elas
mesmas, tão bonitinhas vermelhinhas. A família deu uma mão daquelas, nem
casamos mas ganhamos praticamente todos os eletrodomésticos. Mão na roda total.
Agora é 29 de dezembro, já fui pra academia, sim claro que
essa querida continua na minha vida e continuará até o final dos meus dias. Não
é mais a Reebok com seus chiques, belos e famosos, mas vamos que vamos. Tenho
que arrumar a mala e nela carregar todos os itens necessários pras minhas
milhares de superstições. Adoro esses rituais. E é isso. Que venha 2013, que eu
esteja bela no meu vestido Off White e que a luz e a sabedoria esteja sempre presente!
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